terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Senhor soberano

Muito honrado ao senhor soberano, envio-lhe esta carta dizendo tudo que o senhor prometeu, não aconteceu. Do que se pensou em fazer, nada foi feito. Que o alvo das críticas, às vezes irrefutáveis, continuam na mesma. Que os que pedem por ajuda continuam na ajuda. Que os que denunciam esta bandalheira, ainda são, bandalheiros.
(...)
A sociedade que o senhor disse mudar, não mudou, mas alguma coisa aconteceu meu caro senhor; está tudo tão diferente!
A solução de seus problemas, o paraíso fiscal, os castelos feitos, os dinheiros nas malas, cuecas, que vão sumindo aos nossos olhos, continuam muito bem como a droga da deliquência sem solução.
Pura oratória!
Seu Estado deve ser Eldorado.
E o nosso, retardado e demandado.
É a premência da vida.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Dinheiro, cuecas e afins.

O governador de Brasília deve estar de cabeça quente. Ou talvez não. Depois do escândalo envolvendo dinheiro, cuecas, meias e afins, seu partido político ficou numa saia justa. O DEM (Dinheiro em meias, Deu em Merda) ficou de analisar o caso e decidir o futuro de Arruda com a cínica justificativa de prestar contas a sociedade. A questão que fica posta para nós reles cidadãos que apenas presenciamos tudo de longe é: que fazer diante de tanta corrupção?
A pergunta é mais do que batida e óbvia. Isto é sinal que este acontecimento já é tido como normal para alguns. Enquanto Arruda segue tranqüilo em seu governo, manifestações se espalham em algumas regiões de Brasília e o que acontece quando há amostras de alguns indignados com a situação vigente é justamente o revés do que deveria ser feito com aqueles que cometem crimes. Ou seja, os indignados que protestam contra a corrupção, e que segundo Arruda impedem o direito de ir e vir dos cidadãos, devem ser repreendidos. Como disse Arnaldo Jabor, a justiça além de ser cega é paralitica. Deve ser por isso que ocorrem com tanta freqüência estes acontecimentos.
Uma coisa é certa: se um destes políticos for assaltado, não diremos “mãos ao alto!” ao contrário, devemos dizer “abaixe as meias e as cuecas!”.
Talvez ali se encontre a origem da corrupção!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os deveres e a poesia

(...) Tinha pensado que a vida era um mar de rosas quando criança. Com o passar dos tempos, o crescimento e as responsabilidades, notei que as coisas que estavam ao meu redor não eram frutos repletos de fantasia. Ao contrário, comecei a compreender as angústias de meus pais brigando por coisas que no começo de minha vida não faziam sentido e as julgava como tolas. Hoje, vejo que é exatamente ao contrário. Aquela vida vivida nos primeiros anos nada mais era que uma obra construída arduamente pelos míseros capitais guardados nos bolsos furados de meus pais. Compreendi que os deveres de casa eram prioridade para a sobrevivência cotidiana do pão nosso de cada dia, e aquele muindo repleto de ilusão aproximava-se mais d'uma alegoria do bovarismo do que a concretude das coisas, que se esfacelou até a percepção de que a vida é tão rara e a conquista não é feita tal como pensam os poetas. Opostamente a isso, não havia lugar para poesia em casa, cuja premência da vida é a categoria primeira. Meus pais ficavam loucos da vida ao tentar buscar uma vida inexistente, mas não compreendiam que a dificuldade de se fazer um movimento tão pretensioso como esse, era tensão pura entre o abuso e o esgotamento de si mesmo.
A parti daí, o mundo surgiu doente e o espanto já não era surpresa.
E assim ficou sendo...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pensar?

Vivemos um tempo em que vários autores, políticos, jornalistas, educadores e bicudos em geral, nomeiam a atual sociedade em que vivemos de sociedade do conhecimento, a qual conota o triunfo intelectual sobre um espaço físico, num tempo em que muitas pessoas falam em auto-reflexão para alterarem os processos de trabalho, bem como, suas trajetórias de vida.
A questão é que nesta mesma sociedade que proclama por pensamento e auto-reflexão, os determinantes da alienação são muitos e fazem com que a maioria da população mundial não tenha condições sequer para pensar por variadas razões: porque estão subnutridos para terem condições necessárias para pensar, porque vivem num cotidiano que lhes sufoca esta condição privilegiada, porque na sociedade do consumo, pensar é considerado um desperdício e finalmente, porque muitos acreditam que os meios de comunicação e as elites culturais pensam por nós tudo o que tem de pensar.
Devemos desconfiar daqueles que pensam por nós. Nesta sociedade que proclama auto-reflexão, há uma grande capacidade de refração da realidade, ou mesmo, da disponibilidade de pensamentos que destroem também milhares de vidas, bem como, sua qualidade e felicidade. Vivemos num mundo onde as pessoas trabalham demais e vivem constantemente esgotadas por excesso de trabalho. Ou seja, o tal do bem estar social que muitos falam por aí, nas grandes metrópoles é conquistado à base de fortes doses de medicalização. Não é a toa que temos presenciado um significativo aumento em antidepressivos e de demais remédios...
Por isso, devemos desconfiar daqueles que supostamente querem pensar por nós. Nos dias de hoje, o pensamento está estritamente atrelado a interesses, sejam minoritários, ou dos poderosos que avaliam a sociedade. Nestes pensamentos, há inúmeros que promovem o conformismo (a aceitação do que existe) o situacionismo (a celebração do que existe) e o cinismo (o conformismo com má consciência).
Por isso, é preciso agir e sentir porque o pensamento só é útil a quem não fica somente no pensar. Aqueles que se atribuem de pensar, passam a vida a conversar com mortos. A mesma morte que está dentro deles.
Este é o mundo contemporâneo: exige que pensemos, mas priva-nos das condições para pensar...

domingo, 18 de outubro de 2009

Trabalho

Descansar e não pensar em nada! Tarefa não muito simples nos dias de hoje, cuja correria em premência da vida é mais válida que a própria vida. O capital com sua espetacular velocidade fez com que as pessoas se debruçassem fecundamente em busca de mais tempo, tempo para trabalhar, ganhar dinheiro, acumular e gastar e destruir. No entanto, este tempo contemporâneo, pós-moderno, industrial e controlado impreterivelmente pelo relógio, se depara com uma série de acontecimentos em que nós sujeitos, administrados por demais as nossas responsabilidades cotidianas, tornamo-nos quase cegos para a própria vida. Ou seja, nas grandes metrópoles, ela é marcada pela velocidade em que giram as tecnologias e neste sentido, as pessoas precisam acompanhar estes movimentos efêmeros que nos empobrecem como seres humanos. Esta é a lógica do Capital que para Marx nada mais passa de “trabalho morto que, como vampiro, somente vive sugando trabalho vivo, e vive mais quanto mais trabalho vivo suga[i].”
Esta lógica do capital possui efeitos devastadores nas pessoas, não é a toa que nos dias de hoje existe uma grande quantia de pessoas doentes por causa do trabalho. Tarefas exaustivas, compromissos a cumprir, vida regrada ao extremo, tudo isso, transformam as pessoas em seres entificados, coisificados, o que realmente demonstra a baixa qualidade de vida que os urbanos levam.
Bertrand Russel refletiu acerca do problema dizendo que “as pessoas trabalham demais hoje em dia” esta frase além de reveladora, traduz perfeitamente a condição do homem contemporâneo. Pois, a partir do momento em que o homem deixou de trabalhar para viver, e passou a condição contrária, houve uma queda exorbitante na capacidade criativa do indivíduo, que, nos dias de hoje é difícil ver alguém que faça realmente as coisas que goste e no tempo em que desejaria fazê-las.. Ou seja, o controle a partir do trabalho sobre o indivíduo aniquilou-o da possibilidade que ultrapassassem o mundo do trabalho, restringiu-o apenas a sobrevivência cotidiana. Neste sentido, a condição humana enfraqueceu-se devido aos tempos diários que os homens têm a cumprir.
Esta é a condição do homem contemporâneo. Sem tempo para viver.
Apenas para sobreviver.
Desta forma é que o Capital avança cada vez mais propondo sua lógica alienante nos indivíduos. As pessoas vivem para trabalhar, para poder realizar seus fetiches; contribuindo sumariamente para a expansão de mercados exploradores da vida humana.
Por sua vez, aqueles que trabalham, só merecem descanso após meses de jornadas exaustivas. Aqueles que não trabalham, são vistos como vagabundos. Esta é a sociedade dos dias de hoje, em que o trabalho tornou-se essência do homem.















[i] Marx, Karl. O Capital, livro I, A jornada de trabalho, p.247

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Conhecer

Enquanto escavo estes minguados conhecimentos que me levam pouco a pouco a escrever estas humildes palavras sobre a tal da realidade que muitos falam por aí, tento, ao menos, ouvir as palavras proferidas por aqueles que se julgam sabidos de tudo. Palavras ociosas, desocupadas, perdidas, tudo me parece realmente um nimbo. E isso me leva a crer que alguns livros que li, hoje já não me parecem melhores como antigamente; as palavras ali ditas, já não são as mesmas de anteriormente e quando me lanço no desafio de tentar compreende-las, as coisas me soam estranhas.
Assim, descubro que é melhor me aproximar com cuidado de certas coisas; aquela curiosidade de antigamente revela-se ponderada e não tão desesperada quanto estes lugares que muitos chamam de realidade de noticiários inspirado a terceira mão!
Realmente, o entendimento acerca destas supostas ilustrações me lembra o caso de um pastor que chutou a santa; essas coisas parecem ser uma aparente guinada de episódio que muitos querem falar. É uma obscenidade! Mitificação descarada que só põe um olhinho na experiência livresca e solitária das estantes e esquecem de por estes olhos apenas um pouquinho nos livrinhos, pra depois olhar com grande cuidado o livrão.
Este não é lembrado. Ao contrário, os que tentam, rapidamente são jogados na fogueira do esquecimento. Vira-se portanto, gênese da amnésia.
Só um desequilíbrio pra inverter essa ordem...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Paisagens da mesmice

Os carros andando nas ruas é um repleto saltitante de dores. Há muitas pessoas caminhando pra lá e pra cá sem destino, algumas, caminham nos mesmos locais, o que logo se presume que estas fazem da vida. Outros, porém, de vez em quando são encontrados nestas ruas, e justamente por este fato, são resignadas por estes que se julgam fazer tudo certinho na vida. A maioria destas pessoas são as mesmas, os rostos são os mesmos, portanto, suas vidas são as mesmas.
Este cotidiano de coisas que são feitas praticamente todos os dias, é o resultado de uma inalterabilidade desvairada, e sem sentido. Estas pessoas que ficam andando pra lá e pra cá em círculos que não se findam, não sabem o que fazer, quer dizer, sabem exatamente o que tem de ser feito; seus determinados trabalhos cotidianos.
O mais engaçado disso tudo é que estas paisagens cotidianas possuem três tempos: passado, presente e futuro, além de demonstrar a fragilidade de certos acontecimentos que se tornam obscuros a nossos olhos, não há entendimento claro acerca deles. Como é que um homem pode se tornar senhor de outro homem e por que espécie de incompreensível magia pôde esse homem se tornar senhor de muitos outros homens?[1]. Talvez, esta pergunta, ainda não respondida, ou não compreendida até os dias de hoje, se constitui na construção destas paisagens da mesmice. No entanto, estes caros senhores, senhoras, meninos e meninas que ainda não pararam pra pensar sobre o que acontece no domínio de suas vidas, estão completamente submergidos em um lama que os afoga; quiçá uma lanterna dos afogados os ajude a salvá-los! Só não pode haver demora neste resgate, caso o contrário, as coisas continuarão as mesmas. Pessoas enfurnadas em esquadros, tentando prestar atenção nos acontecimentos que não acontecem, em vidas que não vão a lugar algum, em caminhadas que não saem das mesmas, em cabeças que se tornaram latas de lixo completamente enfronhadas em lugares de difícil acesso, quem sabe seja o caso de intumescer pestilências sobre a cabeça, que, cobrindo os olhos do alvoroço que não se vê; muitas coisas ainda se tornam invisíveis aos olhos destes que tentam compreender o que não é compreensível a nós. Quem sabe seja falta de entendimento, ou não!

[1] Voltaire.

domingo, 4 de outubro de 2009

É proibido fumar!

Depois de a burocracia estatal autorizar a entrada da PM para reprimir estudantes, funcionários e professores na USP, o governador neopuritano José Serra, sancionou a lei antifumo, (13.541/2009) que proíbe o fumo de cigarros em lugares fechados, como bares, restaurantes e casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Até os fumódromos em ambientes de trabalho e as antigas áreas reservadas aos fumantes foram proibidas. Segundo o site do governo do Estado de São Paulo, a lei restringe, mas não proíbe o ato de fumar. O cigarro só é autorizado dentro das residências e em vias públicas e aéreas ao ar livre. A lei entrou em vigor na sexta feira dia 07/08/09 e para divulgá-la, o governo, por meio da Secretaria de Comunicação fechou uma parceria com as quatro principais operadoras de telefonia móvel que atuam em São Paulo para alertar a população sobre o início da mudança.
As operadoras, Vivo, Tim, Oi e Claro, vão disparar torpedos de cunho educacional para todos os portadores de celular. Esta ação mostra apenas a vigilância e o controle social da vida mínima dos cidadãos sobre o que eles devem fazer!
Tal decisão, associada ao discurso científico e ao constrangimento moral dos cidadãos, efetuada por seus agentes dedos-duros, via a máquina repressiva do Estado, só leva-nos a uma conclusão: o comportamento nazi-fascista que se torna cada vez mais forte com suas leis rígidas.
Nunca é demais lembrar que esta decisão é semelhante ao governo nazista de Hitler, que combateu o tabagismo e baniu o fumo nos lugares públicos. Esta é a verdadeira face do governo que com o slogan “se você é fumante, respeite a lei. Respirar um ar mais saudável, agora, é um direito de todos" tenta convencer as pessoas com uma proibição extremamente arbitrária. Com esta lei, o Governador Serra avança cada vez mais para a criação de outras leis, tais como: plano anti-violência, que com o discurso de zelar pelos direitos individuais e segurança dos cidadãos, reprime-os com a vigilância constante da burocracia estatal.
Esta á apenas uma lei entre as várias outras, das quais o único objetivo é: a vigilância dos cidadãos...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Esquadros

Naquela noite em que a chuva mostrava-se tranqüila, as águas caiam lentamente nas ruas, ficava em casa apenas a olhar pela janela a água cair como se fosse uma lágrima de paixão. Esta água, que me pesa a cada gotinha que cai, é um ornamento efêmero da vida que penso e me desfaço, como a chuva clara de noite obscura e que traz sentimentos dos quais nunca foram ouvidos antes, talvez uma resposta a uma vastidão clara em plena noite, do qual o canto que imagino e escoro nesta pequena janela é o ouvir das águas que escoam lentamente nas ruas. Este é um momento exímio de suave e harmoniosa paixão que me faz sentir a velha sensação ao lembrar das muitas noites e dias que vaguei em busca de fugacidade.
Nesta mesma janela, onde olho esta chuva intensa, tento ver os dias em que vivi tranqüilamente pensando apenas na família distante, em outra cidade, em outro estado, e em outros movimentos. Será que a chuva que cai lá é a mesma que cai aqui? Quiçá essa chuva que percorra essas pequenas ruas que estão a olhar não seja de hora amena, que vem e se desfaz na piedade de paixão. Talvez fosse; agora que vejo com nitidez, meus olhos delatam a espera de uma nova oportunidade que fomenta salvar aqueles que passam fome e que vagueiam em pobres súplicas busca de perfeição. Que inutilidade! Uma prece que novamente se opõe à vida.
Este, é um movimento que alude, que só de pensar nestas coisas, é um desafio mesmo aqui passado nesta pequena janela que exprimem olhares sobre a insaturável vida que não tenciona sentir o que não quer se sentir. Apenas, quer entender esses pequenos movimentos simples que dão tom e cor a essas águas que caem tão levemente e se desfaz nos ralos que dão destino a caminhos cada vez mais concretos; de sentir o chão que se cai sobre nós em instantes efêmeros de vida que vem resilido como águas de chuva que caem como gotas de paixão: desordenadas, sem destino e que rompe com tudo que há de caminhar em busca do que ainda não se sabe; gotas que caem levemente dos ramos e que não possui destino certo, como o chão e a terra.
Este é apenas um interior repleto de coisas; a mais alta concretude que não se sabe: decerto, quem diz coisas sobre isso é o decreto do tempo, que resgata a infância da fazenda, é um belo desenho! como se fossem quadros desenhados pelo melhor pintor da cidade. Quando voltava a esse sentimento, sentia alta dor de paixão de ser e estar sendo naquele momento.
Infância que completa minha vida!
Não tinha noção alguma a fazer considerações acerca de nada disso, sobre isso, sei que possuía um grande pélago demasiado que refletia em momentos tão naturais de meu passar nesta fazenda tão querida.
Tão pequeno e tão infinito.
Como a chuva que escorre por estas janelas.
Ao olhar lentamente como o olho biônico que traz cada vez mais perto a longa visão, esta pequena janela da qual me encosto resgata o toque de viola feito no boteco da esquina é ouvir a viola tocar no ritmo gostoso da boiada junto a uma imensidão de gente, era uma experiência que não tinha palavra alguma que a definisse com tamanha precisão. Ouvir o som da viola, rústica, calma, quieta, chorosa e acima de tudo apaixonante, era um instante em que esses simples homens conseguiam tocar realmente a todos ali na roda. Ali, via segredos desnudarem-se sem o menor conforto e sentimentos que ficavam expostos a olhos nus. Como esquadros distantes.
Aqueles que conhecem as pessoas com quem se podiam presenciar aquele momento, não estão mais desfrutando os prazeres da mesa que invadia nosso interior repleto de coisas, mesas entoadas, pessoas conversando, toques e mais toques de viola, desenhados, sobretudo, pelo melhor artista da região; o homem simples da fazenda; o toque de viola feito por mãos enternecidas, rústicas e que acima de tudo eram bem executadas em seu ato de tocar humilde, refletia no mais doce e profundo sentimento dignos do orgulho da modéstia refletida como espelhos d’água nos olhos dessa gente simples.
O toque de viola, toque do coração humano, do sentimento daqueles que expressam o interior das coisas, é o momento de ficar consigo mesmo, uma dura solidão; batalha em busca dos causos não acontecidos e incididos do povo; esse olhar cheio de coisas que reflete na busca constante do que não temos tempo de viver novamente; é a paixão que nos estava destinada dentro desta esfera humilde nas coisas mais simples da vida; fato como esse, simplesmente é o esfacelar do dia a dia que vem e destrói como a chuva que cai cá neste instante como momentos espúrios; vão embora sem perceber a circunstância deles.
Esta pequena janela, é apenas um pequeno conversar, a ponto de esquecer-me no resgate de mim mesmo; que no desprezo de outras questões, prendiam na doçura de escapar de qualquer entendimento.
Feito o chão e a terra.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

João pequenino

Existiu no interior um caboclo chamado João Pequenino. Morava num lugarejo tranqüilo com sua família, mas cansado daquela vidinha pacata, resolveu ir embora de seu cantinho pr’uma cidade grande em busca de trabalho, pois onde morava com sua família, a vida não era muito boa; não havia mais lugar para roçar. Motivo: a máquina invadiu o campo e como João era um caboclo que mal freqüentou a escola e não conhecia esses aparatos tecnológicos, não soube lidar com essas novidades provindas da cidade grande. Isto só fez com que João Pequenino alimentasse o desejo de ir embora. Saiu então sem rumo na vida, procurando algum lugar que lhe fosse conveniente, até que um dia chegou na cidade grande. João Pequenino ficou abobado com a imensidão da cidade, nunca havia saído de seu lugar de origem e quando se deparou com trem grande demais, ficou sem rumo. Quando já estava na cidade, viu uma multidão correndo estressada e sem tempo a perder, afinal, tempo é dinheiro! Ao reparar tamanha correria, João viu algo mais e correu para ver o que estava acontecendo, eram dois homens brigando, cada um estava portando uma faca. Aí João Pequenino começou a falar: “Haja sangue, haja sangue, haja sangue!” Daí, as pessoas começaram a falar para ele: “Não é assim que se fala João”. Confuso, João não sabia o que falar. Em sua andança pela cidade grande, o mesmo deparou-se com um casal de noivos que tinham acabado de se casar. João disse “Deus os separe, Deus os separe, Deus os separe!” Novamente, as pessoas disseram a ele que não se fala assim e que o correto é: “Todo dia um desse, todo dia um desse, todo dia um desse!”. Foi então que João ficou mais confuso ainda com o clima caótico da cidade; muita gente andando pra lá e pra cá e ninguém falando com ninguém. Foi nessa mesma andança, perdido e sem rumo, que João viu um enterro de longe e disse a mesma coisa. “Todo dia um desse, todo dia um desse!”. Mas o padre que ouviu aquilo de longe, achou uma ofensa das grandes e disse-lhe “Meu filho, não se fala desse jeito, a gente se ajoelha perto do morto e reza”. Sem sentido, João saiu andando e já não sabia de mais nada, acho que o barulho da cidade o enlouquecera e o fizera dizer tantas besteiras. Continuando com sua andança, em um lugar muito estranho, desabitado e de pouca gente, João viu na beira da esquina deste pequeno bairro um cavalo morto; João foi se ajoelhar perto do animal e começou a rezar “Ave Maria cheia de graça...” As pessoas que estavam ali próximas, não acreditaram no que viram, o acharam louco. Revoltadas com a cena, disseram “Meu filho, estás louco?!”. João muito decepcionando pensou. “ Ora essa, foi o padre que disse isso a mim. Por que hei de ficar louco?! Não me dou com esta gente e com este ambiente diferente que eu acho tão esquisito. Preciso voltar pra minha roça e mexer em minha palhoça; o lugar que eu realmente acredito!”.Perdido e sem esperanças, João não sabia o que fazer, sem dinheiro, nada é possível ”Preciso voltar pro meu caminho!”. Só pensava nisso. Não acostumado com o sotaque desta gente tão agitado e tão diferente, João acabou sem emprego e sem ninguém. Na roça já não tinha no que trabalhar, na cidade; muito menos! E suas esperanças esvaíram pelos ventos e João permaneceu na cidade grande lutando por seu pão de cada dia...

Obs: Esta é uma estória que o povo conta em diversas regiões do Brasil. Tive a oportunidade de ouví-la de meu avô e pais quando pequeno. Esta é a versão que eles me contaram, juntamente com o povo de suas terras.
Avaré, Taquarituba e Teresina, 2004- 2005

domingo, 6 de setembro de 2009

Dissolveste-me

Seu corpo dissolveste-me brandamente no casto cálido de límpidos olhares, numa ternura pávida e excitante que aos poucos mantinha-me sublime; anoitecera devagar e sentia fielmente seu corpo escorrer levemente pro chão. Nesta altura, sem seguir regras, regava meu quintal com tudo que explicava-me, que obscenidade! Deixaste-me andar por todos os cantos, a ficar sobreposto aos teus movimentos; e em teus gestos. Aliás, já era tarde pra se conter, uma vez que penetrava intrinsecamente no profundo destas águas (...)
Que excitação sobre mim!
Nada de pachorra, pelo contrário, desfavorável ao que ligeiramente era indisposta, não queria que aquele chão, - onde caiu aquele fiozinho inocente, fosse virginal as pernas que se deslizavam docemente entre o que penetrava densamente naquelas águas escorridas, abriam-se tranqüilamente pr’os cantos; ai que pena de mim!
Loucura e lucidez em um só.
Delírio?!
Que absurdo!
Levemente, retiraste do chão, sobreposto a teus movimentos e teus gestos, era o momento de calar-se, uma vez que não sabia o que fazer naquela ocasião excessiva de cantos exagerados! Desvairada, desmedida, ensandecida, encontra-se pelos cantos d’água que molhavam novamente o voto secreto do devir...
Era hora de regar-se novamente nas águas.
Do disfarce que levemente era virgem, opunha-me as intimidades que lhe cobriam, queria-te despida deste desconforto vago que levianamente mantinha-me entre o desejo de ter e de me conter nestas águas que regavam-me densamente...
Que alegria!
Não era hora de se conter...
Por isso que ao notar-te ali no chão, sendo água, amor e terra, numa face conturbada e íntima; nada desterra (...) e aquela aflição causada que não desespera, retém, o que não é múltiplo, conturbado e imóvel; apenas, dissolve-me no olhar de indas e vindas que endez de calmaria, levara-me a amaria!
E assim ficou sendo...
Um sopro de vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Teu corpo seja brasa

teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo

De: Alice Ruiz

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Do que não se entende


I


Porque quando não se vê,
Sente-se falta?
os olhos delatam os sentidos,
as lágrimas, o pranto, a dor....
parco sentir!
por ausência do que não temos
num constante devir...

II

Este peso que se funde tão de repente vem e me leva constantemente a vários locais antes nunca vistos; é apenas uma imagem que se imprime de forma branda e tranqüila como as brincadeiras que percorrem minhas veias feito criança. O tempo, velho tempo, ele brincava comigo, me enganava, deixava-me atordoado, sem sentidos e sem reflexo, mas aquela imagem posta é demasiado efêmera, era um tempo só de esperas que provavelmente invadia-me por inteiro. Brando ouvir claro como imaginários sem sentidos em pequenas e cálidas palavras que me despertavam na gravidade d’um julgamento áspero. Puro corrosivo clamor que me abandonava na busca de máscaras incríveis em minha face, levando-me a preâmbulos do início de alguma coisa descrente..Que loucura é essa que fizestes?Levar estas singelas palavras pra dizer que os momentos efêmeros da vida são tão raros quanto ao sabor distante que vem e contem lembranças infinitas de instantes transitórios.É o velho tempo!Tempo, tempo de te conhecer, ainda que muito breve; gira feita uma roda viva, moinho que se quebrou num instante nas voltas que se deu entorno sabe-se lá do que! Era tempo de aprender sapequices , uma grande lição que não se aprende na escola. Tão de repente, lentamente me invadiu no tempo vazio e útil de destruir.
E ficou contido.
Num constante devir.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Nazista?

Um gnomo de jardim exposto em uma galera de arte de Nuremberg está provocando muita discussão na Alemanha. A estátua dourada de plástico faz a saudação nazista, gesto proibido no país. A promotoria iniciou um inquérito para verificar se a obra de arte fere as leis alemãs.
Ottmar Hörl, 59 anos, autor da obra disse que o gnomo dourado tem o caráter de crítica ao autoritarismo. Hörl disse estar bastante espantado porque um gnomo exposto provoque tamanha discussão pública, por causa de uma reclamação anônima de um denunciante.
Antes da denúncia ser feita por um dedo-duro, a obra de arte passou ilesa da discussão pública. Será que a representação estética desta obra de arte mostra-se autônoma? Em que medida esta obra de arte mostra-se totalmente desinteressada?
Será um juízo estético de finalidade sem fim?
Nazista?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Senado, silêncio e Maranhão = Farra do Boi

Nos últimos dias temos ouvido nos meios de comunicação de massa muitos comentários sobre as maracutaias do Senado Federal. Em especial a figura do Coronel e dono do Estado do Maranhão, José Sarney.
Os acontecimentos são vários: nomeações secretas, funcionários pagos com dinheiro público e que executam atividades privadas,empresas integradas por funcionários e parentes de senadores. Este é o atual quadro do Senado Federal. Um mundão infindável de corrupção!
Só para se ter a idéia da baderna em que se encontra o Senado Federal,mas de 350 funcionários ganham acima de 24.500, 00 por mês, que é o teto do serviço público. Haja paciência pra tanto problema!
Diante desta farra do boi, cabe uma pergunta. Por que os partidos de “esquerda” silenciam-se? Afinal de contas, não são esses partidos que pregam uma palavra que tornou-se famosa na ordem pública, a tal da Ética, moral e um monte de palavras das quais na maior parte das vezes, o uso pé totalmente insignificante.
O fato é que além de fazer vistas grossas, nossos representantes lançam pífias palavras ao vento pra tentar abafar tudo o que acontece no Senado Federal.
Além destes mandos e desmandos no Senado,o presidente da casa, José Sarney é a figura que expressa perfeitamente a elite fazendeira e monárquica dos dias de hoje.
***
Recentemente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirmou no dia 16 a cassação do mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT) referendando apenas a decisão feita no mês de março.
O TSE, além de negar os recursos apresentados pela defesa de Jackson Lago e de seu vice, determinou que o cargo fosse ocupado por Roseana Sarney. Sim, isso mesmo, filha de Sarney! Que fora segunda colocada nas eleições do Maranhão.
Roseana Sarney tomou posse no dia 27 em cerimônia na Assembléia Legislativa logo após ter renunciado o cargo de senadora. Em seu discurso, Roseana Sarney disse que o Maranhão: “irá retomar o caminho do desenvolvimento”.
Ora, tais acontecimentos apenas demonstram o poder da Família Sarney sobre o Estado do Maranhão e a manipulação político-oligárquica de ranço monárquico. Além do mais, está claro que o caminho do desenvolvimento que Roseana Sarney prega é o Estado de Exceção na vida nua, cujo controle não escapa das mãos desta família que há mais de quatro décadas tem mandado no Estado do Maranhão.
Enquanto no Maranhão as coisas vão bem, no Senado, o presidente Sarney tem apoio até do presidente. É a verdadeira vista grossa aos acontecimentos!

domingo, 24 de maio de 2009

Viço constante


Vai lá! Veja como está! Não pressenti que o momento de ver nada era apenas um restilo de instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão, com todo acontecido, almejava apenas uma coisa, queria apenas descansar e não pensar em mais nada, quiçá estivesse com preguiça, mas, no entanto, estava lá, aquele bicho repugnante, feroz, acoplado d’uma vez só nas estantes de casa, não queria anti-sentir aquela cena posta em mim, a todo instante diziam, vai lá! Pega lá aquele bicho e leva pro lixo seu sujo! Vai deixá-lo ali apodrecendo? Não entendia o que diziam, pensava que estas pessoas estavam delirando, pois não estava vendo nada! Mas a toda hora diziam, você tem que limpar este quintal, pois ele está muito sujo e não vai deixá-lo assim?! Vai? Claro que não, vou ver o que faço com este matagal, pois o vizinho não limpa e você precisa limpar essa sujeira toda, pode deixar, já sei o que vou fazer! Pois é a mesma sujeira que me invade todos os dias, dizia sem interrupção.
No outro dia, lá estava, tudo da mesma forma, a mesma matéria, intacta, interrupta, sem pressentimento e preocupações alheias que fundindo-me tão de repente em constantes locais antes nunca vistos, quer dizer, visto e não visto! não sabia o que era aquilo, acho que era apenas uma imagem suja que se imprimia de forma branda e tranqüila como as brincadeiras de criança, que tempo louco é esse? Não quero mais esse negócio de você longe de mim, acho que era o tempo, velho tempo, ele brincava comigo, me enganava, deixava-me atordoado, sem sentidos e sem reflexo, me fazia perder as vista, mas aquela imagem posta é demasiado efêmera, era um tempo só de esperas que invadia-me por inteiro, brando ouvir vivo como imaginários sem sentidos em pequenas e cálidas palavras que me despertava na gravidade d’um julgamento áspero; eu estou ficando louco com tanta sujeira! Não agüento mais essa sujidade! era puro corrosivo clamor que me abandonava na busca de máscaras incríveis em favor da mediocridade imunda que me levava a preâmbulos d’uma coisa descrente..
Que loucura é essa que fizestes?
Levar esta singela palavra pra dizer que o que se encontra ali é de responsabilidade minha, que devo preservar e ter o mínimo de cuidado com a sujeira que invade minha casa todos os dias é pura pachorra, é uma ingenuidade, aliás, é uma falta de entendimento mesmo com os que estão do lado de fora e que nada sabem e que exigem que eu limpe a casa, que absurdo!
Por isso, não quero preocupar-me com momentos efêmeros da vida, são tão raros quanto ao sabor distante que vem e contem lembranças infinitas de instantes transitórios.
Por isso que esqueço da sujeira que me cobram tanto.
É o velho e danado tempo que serve de desculpa para não limpar!
Por que hei de me preocupar?
Não tenho nada a ver com isso! Dele me desfaço!
Quiçá seja tempo, tempo de conhecer, ainda sem saber o que, o fato é que muito breve; estas inconstâncias giram feito roda viva, moinho que se quebrou num instante nas voltas que se deu entorno sabe-se lá do que! Era tempo de aprender sapequices, malandragens, para poder burlar as cobranças de mudanças que nem sei por onde se inicia.
Não estou preocupado com tantas coisas, preocupo-me com menos coisas. Dou-me por satisfeito!
Mas aconteceu tão de repente, lentamente invadiu a alma no tempo vazio e útil de destruir, esqueci dos instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão.
Voltei-me novamente a sujeira da casa que tanto reclamavam.
Mas que culpa tenho no cartório a respeito disso?
Não se sabe o que se sabe!
Ai que dó de mim!
Quando menos espero, novamente iniciam-se as cobranças a despeito do que já se sabe, não vai fazer o que não mandei! Fica aí o dia inteiro a esperar não sei o que e nada faz...acorda! cresce! Não quero esse negócio de você longe de mim. Entendido?!
Embaralhando-me em ruídos, confundindo as antenas que me levam claramente a entender os percalços das inconstâncias ásperas, é duro de entender os parcos acenos que delatam a gravidade dos sons embelecidos, uma versátil embriaguez que se espalha no verso dos códigos proibidos, pressentidos em pestilentas dores infinitas e que deixam cada vez mais sujas as coisas como estão: não há vontade de limpar essa argamassa que encobre toda esta vestimenta fecunda de vagidos que rebenta o mais inquieto rompendo-se com as sementes que são plantadas desde cedo, com isso cresce intermitente o aço que cobre as vestimentas impossíveis de se penetrar, era preciso transmitir a distância códigos proibidos, de modo que tudo fosse desligado, esquecido e limpo. Era hora novamente de renascer.

sábado, 11 de abril de 2009

Extra! Extra! Chico Lang: O reacionário!


Desta vez, o assunto é fruto de uma indignação!




Adriano, atacante da Internazionale de Milão decidiu parar por tempo indeterminado. Os motivos pelos quais o levou a tal decisão não parecem ser claros, mas o fato é que Adriano está descontente com a vida que leva no Inter de Milão. Basta ouvir suas últimas declarações acerca do assunto.
Adriano quebrou o silêncio após seu sumiço de três noites e anunciou na quinta feira passada que parou de jogar futebol por tempo indeterminado.
Adriano alega que quer dar um tempo para retomar a vida, curtir a família e pensar no seu futuro profissional. O motivo que Adriano deu foi simples: disse estar infeliz na Itália, sem qualquer prazer de correr atrás da bola, (o que é um grande desperdício) além disso, pensou até em aposentar.
Depois de defender a seleção brasileira contra o Peru no ultimo dia 1° em Porto Alegre, Adriano não voltou ao clube Italiano, com quem tem contrato até 2010. Simplesmente sumiu e só foi localizado no último domingo depois de passar três noites na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu.
Após o acontecido Adriano disse “fiz isso por que não estava me sentindo bem, feliz na Inter. Não na Inter, em Milão”. Depois da confusa frase, explicou novamente, “estava sendo um pouquinho pressionado por todos. É difícil até de explicar. Muita gente não vai entender.Estou optando pela minha felicidade”.
Aos 27 anos o atacante Adriano vive entre altos e baixos. Não é necessário falar sobre o que aconteceu, todos sabem. Mas o fato é que Adriano está descontente de estar na Itália. Após o acontecimento, Adriano disse que nem quer receber salário da Inter enquanto estiver parado, “assumo se for multado e o que vier a acontecer comigo” disse o atacante. “Quero ficar ao lado de minha família, dos meus amigos, ir à minha comunidade descalço e ser feliz”.
Após estas declarações do Atacante, o Jornalista Chico Lang expôs seu ponto de vista no Jornal Gazeta Esportiva do dia 09 de Abril. Em tom extremamente reacionário, preconceituoso, e sem fundamento algum, Chico Lang disse que Adriano decidiu voltar a ser maloqueiro e resolveu trocar as glórias de Roma pela comunidade Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu. Até nisso Chico Lang mostra-se um ignorante. Como assim, pensar em glórias de Roma se o time não é de Roma? Só porque ele tem o apelido de Imperador? É muita falta de noção histórica! Creio que falta expor sua metáfora de maneira mais adequada. Mesmo assim não justifica o reacionarismo de sua fala. Ora, se o fato de Adriano voltar a sua comunidade, andar descalço, como é o seu desejo, e voltar a ser feliz é voltar a ser maloqueiro, então quer dizer que todos que vivem no local onde Adriano nasceu; são maloqueiros?!
E outra, onde fica a questão da felicidade? É uma questão de classe ou ascensão social? Isso significa que todos que moram na comunidade de Vila Cruzeiro são infelizes?
Esta é mídia que se tem no Brasil, dos que supostamente formam opinião das pessoas, com falas preconceituosas, enunciando o que deve ser melhor ao outro e além do mais, dizendo o que é bom e o que é ruim. Mas o que fica evidente na fala do Jornaleco é o reacionarismo ao desdenhar de Adriano, dizendo que este fez uma troca errada, ou seja, deixar as glórias de Roma pra viver na comunidade como maloqueiro.
Qual o fundamento de sua fala? Com que base afirma tal proposição?
Ora, o tema que fica presente diante de tais declarações são apenas palavras que beiram a propagação da limpeza social! É a pura opinião de um Jornalista reacionário!

domingo, 29 de março de 2009

Resignação: a perda do espanto


É muito comum ouvir no Brasil que a educação está em crise e que algo precisa ser mudado. Mas, se analisarmos profundamente o problema, verá que há muita gente que há muita gente que se alimenta da crise, tal como professou Marx em O Capital , “o capital é trabalho morto que, como vampiro, somente vive sugando trabalho vivo, e vive mais quanto mais trabalho suga”.Ou seja, é a verdadeira exploração daqueles que se beneficiam com a crise.
É neste sentido que a cada dia que se passa se torna mais forte algo que vejo na academia, a solidão teórica, esta, que por sua vez, como disse o Prof. Danilo, apenas escrevem-se livros que não servem pra nada. Estes só possuem uma utilidade. Ficar na estante.
Muitos destes livros solitários que pretensamente tentam salvar a educação, são nada mais nada menos que puras abstrações ou especulações demasiadamente distantes da realidade. É muito comum verificar este exercício na academia. Quanto mais se domina uma área de conhecimento, melhor é este teórico.
Mas o que estes fazem afinal de contas? Só repetem o que já foi dito!
É um diálogo entre mortos!
Mas o que isso tem a ver com a educação? Tudo, pois são estes acadêmicos que legitimam o status quo e ainda por cima querem ser radicais. Ora, academia não é lugar de pessoas radicais, ao contrário. Na história da filosofia temos inúmeros exemplos de pessoas que abandonaram a academia devido ao conservadorismo que esta mantém.
Creio que é aí que está um dos males da educação, o excesso de discurso que leva a pobreza das práticas, bem como a perda do sentido público da educação. Afinal de contas, o público é visto como ineficiente e incapaz de resolver o que os “cidadãos” precisam...
A sociedade Brasileira parece que se acostumou com a ineficiência do serviço público. Isso mesmo, pois um país que paga mais de 10 milhões de dólares pra levar o Coronel Marcos Pontes ao espaço, certamente não se preocupa com tais acontecimentos. É neste sentido que a educação mantém seus intelectuais inorgânicos da educação, discutindo e debatendo tais temas para uma educação docilizada e não viril...
É a partir destes inúmeros elementos que nossos horizontes se conjugam com a incerteza, desproteção, na qual o sujeito tem a sensação de que pouco pode fazer pra mudar o estado das coisas...
Se os cidadãos soubessem realmente o objetivo real destas coisas, (no caso aqui da Instituição escolar) certamente aboliriam seus preceitos...Bourdieu estava correto ao falar sobre a Amnésia de Genesis, que permite este tipo de legitimação que o sujeito desconhece.
É por isso que a disciplina industrial se converteu na escola por meio dos currículos que difundem o pensamento dominante e pouco faz pra mudar o estado de coisas.
Pobre educação em Estado de Exceção!
É a cultura da resignação onde nada mais é espantoso...

domingo, 15 de março de 2009

sábado, 14 de março de 2009

Shine on crazy diamond




“Você foi apanhado no cruzamento entre a infância e o estrelato” (Pink Floyd)


Ele foi uma estrela de passagem efêmera, de sintomas que se encontram nos mais loucos, pirados e esquisitos que o admiravam por sua música psicodélica que abria galáxias durante plays backs para uma viagem bem distante, quiçá, sem fim.Esse foi Syd Barret, nascido no dia 6 de janeiro de 1946, vindo a falecer em Cambridger -, cidade da qual passara sua infância.Talvez quem o visse nos últimos tempos não o reconheceria, pois Syd vivia alienado em sua casa assistindo tv, o que não lembrava nem de longe aquele velho Syd Barret no início do Pynk Floyd. Ainda que seu brilho esteja apagado, muitos são os que apreciam sua música; a lista é enorme: Blur, Magic Numbers, Beck, Moby, Flaming Lips, e o brasileiro Arnaldo Batista dos Mutantes. Syd Barret fez apenas um disco com o Pink Floyd, mas esse disco de estréia guarda grandes influências para os que se deliciam com sua música e que a usam como poderio musical fundante.Há uma história interessante a mencionar sobre Syd Barret. Dizem que o cantor e guitarrista tocava com os demais membros da banda executando apenas um acorde, pois vivia louco de droga nos palcos, isso irritava a todos; mas não há certeza sobre essas histórias.O que impressiona é a rapidez com que esse homem surgiu e desapareceu de cena. Guarda-se ainda o brilho de seu talento que possui efeitos determinantes em excelentes músicas que nos faz desvincular desse mundo sem juízo. Apesar de sua atitude (da qual não é possível fazer um pré-juízo de valor), guarda-se no intrínseco de sua criatividade a duração que se tem de suas idéias. Ao lembrar de Syd Barret, resgato um exemplo exímio que é cabível no momento; certa vez uma amiga me enviou num pequeno papel uma frase que guardara meu livro, ela nada disse e me entregou o livro, ao abri-lo, deparei-me com esse pequeno pedaço de papel que trazia a seguinte frase “o importante não é o tempo das coisas, mas é a duração e a intensidade que temos delas”. Essa frase encaixa-se perfeitamente em Syd Barret; pois a intensidade de suas idéias são tão fortes nos que o apreciam, que seus momentos ditos efêmeros são tão duradouros que guardam uma intensidade, um sentir, “aquilo que nos move” e “aquilo que nos passa” como momentos de experiência. O diamante louco deixou de brilhar, mas sua existência foi realizada no ato de acolher belas lembranças deste que foi apanhado no cruzamento entre a infância e o estrelato.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Entre o Feijão e o sonho


Tinha sentido inúmeras vezes a necessidade de sobrevivência em luta com a tal “realização pessoal”. Todo mundo falava disso, era necessário ter competência para garantir qualquer coisa na vida, que parece às vezes abafada por algo que não sabia dizer o que é. Neste sentido, transfigurava-se entre o universo sensível e as necessidades do cotidiano.
É o velho feijão!
Orígenes Lessa chamou-me a atenção destes dois aspectos. Apesar de às vezes sentir-me como diz Aristófanes, “nas nuvens”.Orígenes Lessa deu um tapa em minha cara. É como se estivesse dormindo e alguém me acordasse e disseste: “acorda Zé Ninguém!”
Acho que foi isso que aconteceu. Acordei d’um sonho dogmático, caí no desespero, vi um mundo doente e algo cuja simplicidade Alberto Caeiro visse iria gostar.
Um feijão! Sim! Um feijão!
Alberto Caeiro gostaria só do feijão, nada mais do que Orígenes Lessa escreve.
É com este sentido que relutava-me em deixar brotar espontaneamente o que vive em mim. Mas levei uma rasteira e apenas coloquei os pés no chão.
E senti o pó da terra entre os dedos.
(...)
Encontrei-me perdido, desamparado e excluído de todas as possibilidades postas à mesa. Angustiado, não sabia o que fazer diante do que alertava-me sobre o feijão e o sonho.
De tanta raiva, perdi a noção.
Entre o feijão e o sonho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um selo...




Marcos, que possui um belo blog chamado, Filosofia Menor e que gosto bastante de ler pela difusão do conhecimento que este faz, me ofereceu o selo aí em cima. Fico muito grato e de minha parte, ofereço aos blogs legais que indico abaixo.


http://williamdubal.blogspot.com/ (Razão militante!!!)
Digressões... (um pouquinho de tudo,mas muito bom...)
Pub 66 (pura controvérsia, irônico e bom!)
http://lalanopolis.blogspot.com/ (irônico,muito irônico!)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Arruinamos a língua de Camões!? Sim! E daí?!

Muito se fala sobre o acordo ortográfico feito entre os países de língua portuguesa. Mas o que incomoda mesmo diante deste debate são os textos dos jornalistas a respeito do tema. Quanta porcaria é escrita e como suas análises são ralas e não esclarecem nada ao grande público, ao contrário. Só confundem a cabeça daqueles que não estão por dentro do debate. E o que falar de Pasquale Cipro Neto, este representa a direita da língua portuguesa, assim como Bechara em suas análises extremamente conservadoras que colocam o português de Portugal como a língua a ser seguida. Ledo engano!
O fato é que a língua portuguesa tem dois sistemas vigentes. Um no Brasil e o outro no colonizador Portugal, assim como nos demais países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor Leste).
Muitos ao ler este texto devem estar perguntado; mas por que dois sistemas?
Em ambos os países (Portugal e Brasil) o sistema vigente é amparado por dispositivos legais. No Brasil, José Luiz Fiorin conta-nos a grafia é regida pela lei 2.623 de 21 de outubro de 1955, que restabeleceu a vigência do acordo ortográfico de 12 de agosto de 1943, e pela lei 5.765 de 18 de dezembro de 1971. Esta situação se deve ao fato que logo após a “independência” do Brasil, os escritores diziam que além da independência política, era preciso estabelecer uma independência cultural.
Por isso, o Brasil não reconheceu a autoridade-colonizadora lingüística de Portugal. Foi um grande passo para se desvincular desse minúsculo país desimportante!
Não satisfeitos com a recusa dos Brasileiros, os Portugueses impuseram dificuldades na difusão do Português-Brasileiro a nível internacional. Só para se ter idéia, os documentos que tratam de proficiência em língua portuguesa de nosso país não são reconhecidos naquele minúsculo país totalmente desimportante na geopolítica global. Portugal impede a livre circulação de materiais impressos no Brasil nos países lusófonos e ainda exigem que os organismos internacionais publiquem todos os documentos segundo as normas vigentes por lá. É a verdadeira colonização política lingüística que nossos caros jornalistas não enxergam. E nem sequer o renomado escritor José Saramago escapa, pois estabelece que seus livros sejam publicados aqui no Brasil com o português de Portugal!
Retomo novamente, é preciso dizer que 90% dos falantes em língua portuguesa encontram-se no Brasil e não naquele país desimportante e minúsculo geograficamente que é Portugal. Isso sem contar àqueles países que estão sob as rédeas lingüísticas de Portugal.
É preciso acabar com isso urgente.
Mas afinal de contas, o que se pretende com este acordo?
Unificar a escrita e não língua.
Muitos em Portugal falam em recusar o acordo, pois este vem a eliminar a pureza da língua de Camões e que este representa a Brasilianização da ortografia. Não é a toa que adiaram o acordo em vigor definitivo!
Marcos Bagno, um dos poucos lingüistas que descem da torre de marfim da academia pra debater com os mortais do mundo do senso comum, diz que muita gente naquele minúsculo país teme que o Brasil assuma as rédeas da condução da língua portuguesa no mundo. Portanto, o debate acerca do acordo não é só isso. Trata-se de uma luta política em que os lusitanos teimam em manter a pureza de sua escrita. Adiando a vigência do acordo e pondo-se frente aos outros países falantes de Português como o país que mantém a posição soberana de língua padrão para os caros lusófonos da África e da Ásia.
Em seu belo artigo, Carlos Alberto Faraco demonstra a ignorância dos Portugueses dizendo que “num mundo em que várias línguas estão em extinção por terem poucos falantes e em que as “grandes” línguas lutam para garantir um equilíbrio frente à expansão do inglês, o português se vê apequenado por quem deveria ser nosso parceiro age como antagonista, tendo a diferença de ortografias como pretexto”.
Vemos aqui a burrice de um minúsculo país que teima em ser soberano com seu Português de Camões.
Mas não adianta retalhar-nos com o Português de Camões sendo a única grafia vigente em outros países. Aqui ninguém usa! Aos poucos vamos introduzindo nosso Português-Brasileiro!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Os filósofos são homens doentes!

Fernando Pessoa é o poeta que diz "os filósofos são homens doentes". Para dizer esta frase há uma grande suspeita a respeito do pensar fiósófico. Analisemos o porquê desta causa. Alberto Caeiro (heteronônimo de Pessoa) é um homem simples, como diz o próprio Fernando Pessoa "nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda sua vida no campo, não teve profissão e educação quase alguma e morreu tuberculoso". Esta grande suspeita é muito bem definida em um livro, cujo diálogo é entre Heidegger e Fernando Pessoa. Primeiramente o poeta diz "você é filósofo e também poeta. Nota-se a diferença e às vezes a semelhança entre os discursos.
Quando começam a conversar, Heidegger inicia o folosofar, Fernando Pessoa se recusa pensar filosoficamente. Pois o pensar filosófico é por demais dificultoso!
Podemos notar uma diferença e o distanciamento entre os dois autores quando Fernado Pessoa diz;
(...)Metafísica? Que metafísica tem aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar frutos na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para quem vivem
Nem saber o que não sabem
Pode-se notar que Fernando Pessoa possui uma crítica radical em relação a metafísica, pois "a metafísica não é um fazer artístico, mas um conhecimento virtual, pois tende para conhecer e ainda não conhece. Com isso, Fernando Pessoa chega a conclusão "não sabemos de nada".
Coloca-se, portanto, como inimigo do misticismo que pretende "ver" os "mistérios" por detrás de todas as coisas. Fernando Pessoa busca precisamente o contrário. Ver as coisas como elas são, sem refletir sobre elas e sem atribuir-lhes significados ou sentimentos humanos.
É a partir daí a recusa da metafísica.
Por sua vez, Heidegger concorda por que segundo o filósofo, a filosofia se esqueceu do ser que só existe na relação com o nada. Para Heidegger, a filosofia se esvaziou por demais ao longo do pensamento ocidental. Com isso, Heidegger diz "os filósofos se esqueceram do ser, isto é do sentido".
O que pensar desse monte de coisas que Heidegger diz? E Fernando Pessoa, mais especificamente, Alberto Caeiro, homem simples e que não se preocupa com tais elementos.
Vejamos o que diz Fernando Pessoa,
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de de ver a terra
Para ver só os meus pensamentos...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a terra e o céu.
A preocupação de Fernando Pessoa é simples, a de Heidegger, quando decidiu isolar-se em um local distante foi apenas a poesia. Mas como é filósofo, não conseguiu escapar do vício e das dificuldades do pensar filosófico em relação ao ser. Perguntemos, será que Heidegger vê a realidade com simplicidade como Alberto Caeiro. Ou ainda pensa na dolorosa pergunta que ninguém respondeu há milênios sobre o ser?
Deve ser por isso que Fernando Pessoa escreveu "os poetas místicos são filósofos doentes, e os filósofos são homens doidos".

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

11 de Setembro: Entre a civilização e a Bárbarie

Bush deixou a casa branca e Barack Obama assume seu posto. Há muito trabalho a ser feito pela frente.Pois Bush deixou um legado desastroso repleto de guerras, gastos insuficientes, torturas e rejeição por grande parte dos cidadãos americanos.
O que será feito daqui por diante? Reformismo? Ou mudanças significativas? Não se sabe, mas, Obama parecemais um astro do rock do que um político que assume o cargo da presidência dos Estados Unidos.
Um dos legados que Bush deixou para inúmeros cidadãos, foi o ataque as torres gêmeas de 11 de Setembro. Fato este que certamente entrou para a história da humanidade. Uma vez que o país mais seguro do mundo foi atacado por bárbaros , é o que proclamou Bush quando esteve na casa branca.
Os atentados ocorridos em 11 de Setembro colocaram pela primeira vez no âmago do inimigo a sua mais espetacular manifestação. A partir daí tornou-se prosaico ouvir o ex-presidente americano colocar no mesmo terreno de debate o termo "a luta da civilização contra a bárbarie", o termo cruzada e além disso -, o que ficou mais evidente em seus discursos a questão da "luta do bem contra o mal". Neste sentido, verifica-se que os discursos de Geoge W. Bush qualificou os atentados como "ataque a civilização" - estando os islâmicos pertencentes ao lado do mal e da bárbarie. Não obstante, com a maior cara de pau possível, o presidente do conselho italiano foi mais radical em suas declarações, afirmando todo o seu desprezo e ostentando a supremacia ocidental sobre o islã.
Para Bin Laden "O que os Estados Unidos estão provando hoje é muito pouco comparável com o que temos provado há dezenas de anos. Nossa nação vem sofrendo humilhação e desprezo há mais de 80 anos [...] Agora que, após 80 anos, a espada caiu sobre os Estados Unidos, a hipocrizia vai erguendo sua horrenda cabeça para lamentar a morte desses assassinos que perveteram o sangue, a honra e os lugares sagrados dos muçulmanos. O mínimo que se pode falar desse povo é que é moralmente depravado".
Para os partidários de Bin Laden a única civilização é a civilização do Islã; a bárbarie é a dos infiéis do ocidente. Para Bush a civilização está em perigo -, isso devido ao fato que está ameaçada pelo terrorismo cego, pelo extremismo frenético arcaico de novos bárbaros que são os islâmicos encabeçados por três países considerados por Bush o eixo do mal: Afeganistão, Iraque e Coréia do Norte.
O fato é que os atentados de 11 de Setembro foram cometidos em nome da Jihad , a guerra Santa, a qual foi vetor da expansão islâmica. Mas será a reativização da Jihad pelos atuais terroristas teologicamente legítima? A Jihad está sujeita a condições específicas que não estão presentes no contexto de 11 de Setembro.
E George W, Bush? Que em entrevista disse que gostava de tomar café da manhã e conversar com Jesus Cristo em suas horas matinais sobre a guerra! Um discurso a beira do delírio! É mais fácil acreditar nos ateus, pelo menos não justificam suas ações em Deus...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Criança velha: achadouros

I

Preciso buscar minha infância nos achadouros que nunca vi; encontrar aquele moleque jogando bola nas ruas da vida e encontrar a leveza das brincadeiras que ainda não senti...quiçá, também, encontrar a ex-namoradinha da escolinha que nunca vi, mas não importa, desejo que nossas infâncias se encontrem, que o nosso brincar de menino meninice seja uma vida inteira.
(...)
Que nossas infâncias sejam eternamente crianças-criancices, que nossas brincadeiras sejam cada vez mais bobas, tolas e inúteis, que a ciranda-cirandinha continue a cantar.
Como quem vai brincar na rua...