quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Nirvana: o último suspiro do rock.

" Eu não quero ser nenhum herói do rock. Eu não quero ser o cara com a mensagem certa para tudo. Eu não tenho cabeça para isso. Apenas toco baixo em um abanda" ( Kirst Noveselick)

A frase acima deixa claro que a banda de Seatle Nirvana nunca se preocupou com o sucesso, nem tampouco com a indústria cultural que ditava regras para as bandas. Do contrário, Nirvana foi o último suspiro do rock. 
Porque? 
Desde o início do Rock nos anos 50 com Elvis Presley, presenciamos atitudes radicais e ao mesmo tempo uma música que se apresentava como mudança de atitude e de comportamento. Os anos 60, 70, 80 e até meados de 90 perdurou esta atitude. Todas com cunho político e preocupações sociais. Os anos 60, por exemplo, viveu a realização de projetos culturais nascidos na década anterior. Os anos 50 foram marcados pela crise na moral e bons costumes, e a segunda metade dos anos 50 já pronunciava o que viria nos anos 60, não somente na música, mas em todos os campos da cultura. A literatura de Jack Kerouac, o rock de garagem à margem dos astros do rock, os movimentos de cinema e teatro davam o tom do que seria a década seguinte.
A década de 60, com diz a maioria dos estudiosos pode ser dividida em duas etapas. A primeira etapa é marcada por um certo idealismo em relação as lutas com o povo. A segunda metade desta década, que vai de 1966 até 1968, é o auge da rebeldia que viria a definir os anos 70: a experiência com drogas, e a perda da inocência, a revolução e o famoso maio de 68 dão o tom da revolta da juventude em relação aos governos. Beatles é o grande exemplo desta transformação. No início da carreira, as doces melodias e a lestras de amor eram as características principais, porém, fizeram grandes transformações ao assumirem a excentricidade psicodélica, incluindo orquestras, letras surreais e guitarras distorcidas e o engajamento político de John Lennon.
Podemos notar também a presença radical da mudança de comportamento: o  movimento hippie com seus protestos contra a guerra do Vietnã, e o surgimento de outros movimentos mostraram ao mundo que os jovens estavam cada vez mais engajados politicamente. É neste contexto que vários países do mundo estavam vivendo situações extremas de totalitarismo e repressão política, e o rock, como expressão máxima de contestação, foi um importante instrumento para a divulgação de idéias revolucionárias. 
No Brasil, o grande exemplo cultural que se tem é o movimento tropicalista,e diversos cantores de MPB, como: Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Velozo, entre outros, mostraram que a música era um importante instrumento de contestação a ditadura militar. 
É importante dizer que desde o início do Rock, surgido nos subúrbios dos Estados Unidos na década de 40 e início dos anos 50, até os dias de hoje, viveu-se várias transformações em diversos movimentos, tais como: Surf music, era de ouro, Garage Rock, Folk Rock,Rock psicodélico, punk rock, pós punk e New Wave.
E nos dias de hoje, o que temos? 
Parece que o último suspiro do Rock enquanto música de atitude e contestação foi nos anos 90 com o Grunge, estilo de música voltado para sons pesados e distorcidos, mas sem ser metal. A principal banda desse estilo era o Nirvana que tinha um som voltado para o alternativo. Bandas como Soundgarden e Alice in Chains tinham um estilo mais inspirado no metal e no hard rock, Pearl Jam puxava mais para o lado do hard rockrock clássico e rock alternativo.
Apesar de viverem na mídia, a maioria destas bandas nunca deixaram de lado suas atitudes para com a indústria cultural, negando-a completamente, sem deixar que esta contaminasse o estilo das bandas
Nos dias de hoje o que ocorre é um esvaziamento acerca da música, onde o contexto histórico parece determinar as condições das músicas do Rock em geral. Como uma vez disse a banda The Jesus e Mary Chain "the rock 'n roll is dead", parece ser verdadeira hoje em dia. 
Se compararmos a história do rock, seu movimento e verificarmos, veremos que o Nirvana foi o último suspiro do Rock enquanto Juventude Rebelde , e este pretenso esvaziamento se aflora na maior parte das bandas, onde cada uma vive em sua ilha, onde não há conexão com movimentos, como o Grunge, que parece ter sido o último suspiro do Rock. 
Com tanta liberdade de expressão, parece que o Rock se perdeu e não sabe voltar ou tentar ser melhor do que foi. Do contrário, falece a cada instante passado.