quinta-feira, 26 de março de 2015

Copismo: uma doença educacional


Que a escola pública é uma instituição falida e sem sentido para a grande parte de jovens e adolescentes, isto não é nenhuma novidade. Ivan Illicht já havia feio esta constatação em seu belo livro Sociedade sem escolas. Este livro é tão atual que não precisamos muito para verificar suas constatações e fatos.
Uma das constatações que podemos verificar na escola pública é aquilo que chamo de copismo. O que é o copismo? Como se fundamenta? Como se constrói? E como se alimenta?
A escola, para muitos pesquisadores é um local de aprendizado e reflexão sobe sua própria realidade e sobre outros fatos decorrentes. No entanto, o que vemos é justamente o contrário disso, e o que vemos é um espaço somente para a socialização dos seu habitantes e o conhecimento e reflexão tornaram-se elementos secundários.
Neste contexto, a aprendizagem se fundamenta em apenas um elemento: o copismo, que se resume em apenas passar o texto na lousa e o aluno copiar.
Esta prática comum na escola se fundamenta de diversas perspectivas: o desinteresse por parte dos alunos, a falta de estímulo dos professores, que, cansados de lidar com alunos que não querem saber, apenas passam o texto na lousa e nada mais, a falta de investimento e estrutura da escola e por fim, incentivo por parte da instituição para a diversificação das atividades em outros locais. Todos estes elementos fundamentam o copismo, que se tornou uma doença educacional que está começando cada vez mais cedo.
Surgindo desde os primeiros anos, o copismo mantém rapidamente os alunos em seus lugares 9em alguns casos) e com esta prática que já se tornou comum, os estudantes acham que este é modelo a ser seguido por parte dos professores. Aqueles que querem fugir do padrão e tenta levar os estudantes a outros patamares de reflexão crítica, se depara com uma dificuldade cognitiva imensa que foi perpetuada desde o início dos primeiros anos escolares.
Para os governantes e gerentes de educação que sempre falam em educação de qualidade, esta é uma exímia que acalma os corpos dóceis e os deixa em um estado de letargia, que, o que se vê é um montante de mortos vivos caminhando nas escolas apenas para exibir-se uns aos outros.
Esta cultura dócil, mas profunda e eficiente está matando a mentalidade de nossos jovens, que, a cada passar de ano estão cada vez mais inertes e submersos nesta prática.
Só um desequilíbrio para inverter esta ordem!