domingo, 24 de março de 2013

Qual é a graça de espiar a vida dos outros?



Um espectro ronda a vida pública. Não é o comunismo. Antes fosse. Agora, o que preocupa alguns pesquisadores são as razões do sucesso de programas como BBB e a fazenda.
Antigamente as pessoas questionavam porque se perdia tanto tempo assistindo novelas, agora, tentam entender porque há tanto sucesso em ver tais programas. Hoje, se questionam sobre estas novelas reais.
No passado a questão era a privacidade, o fascínio pela intimidade invadida, um voyeurismo que fingia acreditar que era realidade ver aquela vida ali exposta. E hoje, o que está acontecendo com os tempos atuais, onde a inversão de papéis esta na cara de todos?
O que se pode ver nas TVs de hoje? Sexo, nudez, violência gratuita, baixaria, narcisismo básico e polêmicas, muitas polêmicas.
No fundo, tudo parece banal. O excesso de aparições mostra a falta geral de qualquer personalidade. O que querem todos que assistem a tais programas? Porque há tanta mobilidade social para votar em alguém que não merece receber os milhões de reais? O que acontece para as pessoas não se mobilizarem para algo que mexa realmente com os rumos deste país.
Claro. Não sejamos hipócritas. Sabemos que a onda de corrupção, a falta de seriedade dos políticos e de tudo que acontece neste país, só enraivece cada vez mais as pessoas que simplesmente não querem saber dessas coisas. Querem se distrair destes fatos e esquecer toda essa palhaçada.
A promessa de que vamos espiar, fazer uma vida transparente é pura balela.
Vivemos em tempos voyeurísticos, cuja finalidade é dar condições de acesso a este tipo de informação.
Este é o retrato do presente.