quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O amor nos tempos da web

Ele a curtia todos os dias quando visualizava seu perfil, acompanhava atentamente suas postagens, suas notícias e seus assuntos, no ímpeto de ver vídeos, álbuns e fotos, mudanças de avatar!
Deixava comentários cults, se fazendo de inteligente, de sabichão do presente. Ficava horas a fio teclando suas confidências, suas carências, sua ausência de amor e sua rotina do dia a dia.
Na intensidade de suas declarações, ficaram amigos, conversavam todos os dias, e sem querer estavam conectados um ao outro. De repente, como quem se ausenta e se perde ficaram sem conexão, sentiu-se desconectado, parecia à morte ficar distante do mundo virtual. Quando deu por si, estava completamente alheio a realidade que o cerca. Perdia horas a fio em conversas, bate papos, cochichos e, sobretudo, em querer saber um pouco mais do perfil do então amigo.
Passava horas a buscar informações sobre o pretendente, buscava saber seus gostos, suas preferências e a cada dia notava que este não se encaixava em seu perfil. Mesmo assim, curtia todos os posts de seu amigo, às vezes se enciumava com as publicações mais íntimas e de vez em quando o bloqueava.
Como quem não quer nada, como um passar de um tufão, bloqueou seu amigo. O motivo, ninguém sabe, o que acontece em um instante vai e vem e assim o então pretendente sumiu, permaneceu off line durante muito tempo. Não havia mais carinhas do emotions, nem sinais de positivo. As mensagens desapareceram, não havia mais nenhum sinal e assim permaneceu, sem nada.
Foi assim que iniciou uma nova busca...




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Rebanho: cultura subjugada

O gosto artístico do brasileiro não é feito por ele mesmo e isto é um fato. As mídias em geral impedem-nos de conhecermos a diversidade e a riqueza cultural que este país tem. Ficamos a mercê daqueles que julgam e divulgam as novidades a serem degustadas, com isso, o gosto torna-se padrão.
Basta olharmos ao nosso redor e vermos o que está em voga: 50 tons de cinza, Funk, Michel Teló, Anita e entre outros que se passam por aí...
Cabe-nos a perguntar: o que acontece que desconhecemos completamente a diversidade cultural artística do país?
É estranho, mas muitos artistas que aqui são completamente ignorados, em outros países fazem imenso sucesso. Ignoramos nosso produto e aceitamos o que vem de fora. Não se trata de nacionalismo, nada disso. Se trata da ignorância que promovemos ao não conhecer o que é produzido por aqui.
Sabemos que a indústria cultural é responsável por promover o rebanho da cultura subjugada  Por este termos entendemos a formação de um grupo (que não é feita por ele mesmo) cujo objetivo é a promoção do gosto que lhes foi inculcado para outros grupos, criando um rebanho, uma cultura padrão, subjugada.
É estranho ver o que acontece nos dias de hoje, com tanta mídia alternativa e a promoção daquilo que não se vê e nem se ouve em rádio ou televisão. Só podemos concluir que a eficiência destes aparelhos é extremamente poderosa.

A falta de diversidade cultural entre nós faz isso: cria um rebanho subdesenvolvido e subjugado  cuja visão se estreita ao horizonte das costas um do outro, impedindo-nos de expandir e buscar as variedades que rolam por aí. Com isso, permanecemos em um estado de menoridade, do qual não se consegue buscar ou julgar qualquer coisa por si mesmo, criando uma eterna heteronomia face ao gosto que criamos.