sábado, 27 de novembro de 2010

Civil War!

Que o Rio de Janeiro está em guerra todos sabem disso há tempos, mas o que grande parte das pessoas ainda não sabem, nem este que escreve o texto, é que este estado sempre esteve em Guerra. Nos últimos dias tornou-se comum ver carros e ônibus serem queimados em plena luz do dia. Tal cena lembrou-me os tempos em que a cidade de São Paulo foi atracada durante dias e o estado tomou uma medida pra lá de polêmica: conversou com os cabeças dos ataques a base de chazinho das cinco e o governador estabeleceu um diálogo como forma de solucionar o crime.

Em meio a tantas imagens de fogo, agora temos uma paisagem que lembra muito de perto a guerra dos Estados Unidos com o Afeganistão. Só que muitos se esqueceram que aqui acontece há muito tempo. Mas, uma questão é certa em meio a tantas notícias: não sabemos o que acontece de fato e ficamos reféns de discursos maniqueístas de canais de TV e jornais que beiram o delírio e a burrice que proclamam a violência desordenada na cidade. Ora, sabemos que esta guerra que andam dizendo por aí merece ser analisada profundamente, mas a simplicidade dos fatos, o show de imagens, a luta entre polícia e bandido faz esquecer o que é preciso discutir de fato efetivamente.

Este discurso medíocre da Mídia traz como resultado o esquecimento a discussão política sobre tais acontecimentos, por outro lado, resgata velhos jargões de uma classe média que só reclama quando seu espaço é violentado pela ambição alheia. Sou da Paz!

Enquanto isso, muitos jovens que não tiveram oportunidades estão sendo mortos nesta “guerra” pelo próprio estado que os negou e que agora diz estar recuperando o território.

Ledo engano!

Sabemos que o buraco é mais em baixo e que tais acontecimentos são frutos de uma política ausente que se omite a discutir o próprio papel do estado nestes locais, onde o tráfico assume a figura destes políticos completamente irresponsáveis, bem como, a ausência do debate sobre a descriminalização das drogas, a ausência de política urbana e a falta de centros de convivência para a juventude que se encontra completamente perdida em escolas públicas falidas.

Tais debates são completamente ignorados, há quem ainda se preocupe com isso. Luiz Eduardo Soares é um grande exemplo, no entanto, o que mais escutamos é o discurso redondamente perdido da classe média: Sou da Paz.

O resultado disso tudo será semelhante aos ataques que o PCC promoveu em São Paulo.

A amnésia da gênesis.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Desafios do Governo Dilma.


O final das eleições foi evidente; o povo preferiu pela continuidade do governo Lula e não o moralismo disfarçado de populismo de Zé Serra. Para o desvario dos Tucanos, grande parte dos Brasileiros resolveu ficar com o cheque passado por Lula, a fim de eleger Dilma Rousseff.

Em meio à multidão de informações sobre a eleição de nossa agora presidenta do Brasil, fiz questão de comprar o Jornal Folha de São Paulo para ler as reações dos jornalistas. Não houve nada de novo, o mesmo discurso de sempre, que nossa democracia está ameaçada, aliás, palavra esta tão malfadada e esvaziada que qualquer conversa em acordo parece ser democrática.

Mas, voltando ao assunto, o jornal Folha de São Paulo escreveu aos seus leitores e em determinados momentos subestimaram nossa inteligência com um discurso que atinge a beira do delírio. A revolta do jornaleco em dizer que Dilma está em torno de partidos fisiológicos demonstra a posição do jornal: a revolta perante a derrota nas urnas.

Dilma deus sinais em seu discurso que irá vergar seu governo para o lado do social-popular. Não será fácil conviver com interesses corporativos dos partidos, famintos de benefícios, com o desejo de realizar as urgentes reformas estruturais que o governo Lula não conseguiu: política, fiscal e agrária. Caso consiga realizar estas reformas, Dilma estará trazendo de volta aos poucos o perfil do PT que ao longo dos anos foi se desgastando.

Estas três questões constituem para o novo governo um desafio a enfrentar.

Além das cobras de plantão.