quarta-feira, 1 de maio de 2013

O discurso politicamente correto: entre a censura e o autoritarismo


Existe uma onda em nossa sociedade onde tudo é motivo de debate e censura. Isto me preocupa. Primeiro porque as pessoas estão ficando cada vez mais chatas, segundo, porque, este discurso do politicamente correto que beira o desvario está cada vez mais comum em nosso cotidiano. Sociedades autoritárias disfarçadas de democráticas.
Esta chatice, típica do que se diz certo ou errado, censura até comemoração de gols no futebol. Neymar, por exemplo, fez uns gols por aí e recebeu cartão amarelo por indisciplina. O veterano Rivaldo foi censurado por comemorar seus gols colocando a camisa na cabeça. Ora essa, até para se comemorar um gol nos dias de hoje tem de se comemorar conforme a regra! Imagine se Viola jogasse nos dias de hoje e comemorasse a sua maneira. Coitado! Certamente seria censurado do futebol.
O último perseguido que deu o que falar foi o escritor Monteiro Lobato. Desconectados da realidade e da história, estes censores estão acusando o autor de Sitio do Pica Pau Amarelo de racismo. Esta acusação totalmente desconectada de seu contexto está desajustada. Grupos representantes do movimento negro dizem que o autor é racista por escrever negrinha e outras coisas. Trata-se de uma ignorância sem tamanhos. Ora, que censura é essa?
Imagine se esses censores lessem Marx, Aristóteles, Hegel e Platão. Este é perigo do discurso politicamente correto: dizer o que é certo, errado, o que pode e não pode. Pondé tem razão ao dizer que esta sociedade está ficando cada vez mais chata por caminhar rumo ao facismo.
Digo mais, a porta da ignorância está ficando cada vez mais aberta aos leitores desavisados e juízes de valores que pretendem reestabelecer a ordem dos bons costumes.
Que papo furado!
Caminhar por esta estrada supostamente correta, onde os recônditos do asylum ignorantiae ganham força, uma nova face parece surgir, o AI-5 com cara renovada e justificada. Toda esta ordem soa como já dizia Bakhtin “um pensamento autoritário como tal”. Devemos desconsiderar este discurso, e ignorar estes homens!