quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Podres poderes

I

Um leilão! Quem paga mais leva. Esta é a novela de Ronaldinho Gaúcho, que segundo os gremistas, é ex-gaúcho. Num país como o Brasil, onde a desigualdade é gritante, onde os deputados aumentam o próprio salário, um jogador de futebol ganhará cerca de um milhão de reais! E ainda por cima, muitos torcedores morrerão de paixão por este jogador que não está nem um pouco preocupado com a situação vigente.

Enquanto este espera o melhor pra si, há um cidadão que se autoproclama filósofo da cidade de São Paulo. Escreve meia dúzia de livros e sai criando polêmicas com todo mundo a fim de ganhar notoriedade com as pessoas.

Que deprimente!

II

Enquanto os podres poderes agitam os pauzinhos em Brasília com suas leis úteis a sociedade, grande parte dos cidadãos anda nos corredores dos ônibus falando em demasia sobre tais acontecimentos. Não percebem que os ônibus estão cada vez vazios de bancos, os corredores são maiores para poder caber todos aqueles que entram nos corredores alargados. Quem já foi a uma fazenda e viu onde os bois ficam, sabe que não há diferença.

O mesmo acontece com os aeroportos, não há lugares para o visitante, somente para uma pessoa, ou seja, para o viajante.

Mais pessoas, menos lugares e mais espaços, em pé.

Como se fosse uma boiada.

III

Uma cena paulistana:

Um trem para na estação e as pessoas nem o esperaram estacionar corretamente na estação para pode abrir a porta. Acotovelam-se umas as outras como se fosse o último dia de suas vidas. Quem cai no chão é motivo de risada e de piadas.

Nesta Babilônia, onde os jardins estão suspensos, cada um por si e deus contra todos parece ser o lema destes cidadãos. O espírito da mão invisível parece ser o mais óbvio entre os que não sabem os motivos de tantos acontecimentos. Os fatos cotidianos dos jornais e revistas que não dizem praticamente nada, não contribuem para o avanço e entendimento desta mão invisível.

E assim, fica sendo, sem sentido.

IV

A geração coca-cola, acostumada a enlatados está cada vez maior. Na literatura é tão comum grandes monopólios que às vezes muitas pessoas lêem determinados livros por indicações de “críticos” literários insensatos. Deste modo, nos acostumamos a ler Dan Brown, Paulo Coelho e coisas afins.

Basta lembrar que grandes escritores tiveram alguns de seus livros recusados: Faulkner que diria!

Seus livros não têm estrelinhas como indicativo de boa ou ruim leitura. Pode ser que nos dias de hoje tenha devido à ausência de “crítica”. O tal do olhar livre, imparcial, nada mais é que uma mentira mercantil que está completamente vinculada ao ato alusivo de comprar o produto para o cliente se deleitar com a mais nova novidade do mercado.

Estes insensatos acorrentam o pensamento por idéias livrescas mercadológicas repletas de miséria, ódio e desigualdade.

Que declínio!