sábado, 20 de abril de 2013

Considerações sobre o nilismo e juventude


Nos dias de hoje a ausência de sentido parece tomar as ruas. Desde os jovens até os mais velhos, vemos que a maior parte das pessoas não estão mais preocupadas com maiores questões. A desvalorização, a morte de sentido, a ausência de finalidade e de respostas parece dominar o cenário atual. Ora, porque isto está tão comum nos dias de hoje? Os valores tradicionais caíram por terra e os princípios e critérios absolutos dissolveram-se. Tudo foi colocado em uma nova ordem, da qual muitos não sabem, mas compactuam como se fossem meros partícipes. Esses valores, antes, ancorados em verdades absolutas, hoje, estão despedaçados e o futuro próximo parece estar longe de nossos olhos.
Esta visão pode ser chamada de nilismo, que pode ser considerado uma descrença em qualquer fundamentação metafísica para a existência humana. Não se trata de algo difícil de ser definido, mas de ser apreendido. Sendo o nilismo um nadismo, pois usa tradução pode ser entendida desta forma, o nilismo não possui qualquer conteúdo positivo. Por se tratar de uma consciência negativa, esta só pode ser entendida na medida em que entendemos o que ela nega. Eis o ponto onde chegamos e queremos debater. A juventude de hoje, pretensamente nilista, descrente em valores, tem compreensão sobre o que se nega?   
Creio que não, e por uma simples razão. Os jovens de hoje são reprodutores de opinião midiática. Seus conceitos, valores e ideias em geral estão ancorados nestes aparelhos ideológicos que muitas vezes formam suas mentes. A ausência de critérios, criticidade sobre os eventos da sociedade é sinal de que estes não sabem onde sequer estão. A apatia sobre estes eventos seria um reflexo destes aparelhos que produzem ideias e comportamentos, dos quais, estes seguem sem saber. Neste sentido, poderíamos considerar, se o nilismo é esta descrença sobre qualquer fundamentação, (consciente sobre as coisas) a juventude de hoje não está neste patamar. O que queremos dizer é que estes não precisam saber do nilismo para o ser como tal, mas saber por que negam tais fundamentações e fatos, o que não acontece.
E assim, estes permanecem na inércia e espera de uma opinião para poder dizer, ou reproduzir algo.
O saber e justificativa por uma negação não há. E o que há então?
Reprodução.
Nada mais.


terça-feira, 9 de abril de 2013

IIdílica estudantil: um diagnóstico


“Nossa geração teve pouco tempo, começou no fim, mas foi nossa procura, ah, moça, como foi bela nossa procura, mesmo com tanta ilusão perdida, quebrada,mesmo com tanto sonho, onde até hoje a gente corta”

Durante os anos 70 acreditava-se que o marasmo cultural que assolava o país era devido à ditadura militar. Acreditava-se que com a ditadura e o fim da censura, os jovens se mobilizariam em prol de um novo país, uma nova ordem.
Não foi o que aconteceu...
Com a abertura política nos anos 80, não foi nada disso que aconteceu. Os movimentos continuaram dispersos e uma pequena parcela de jovens ousou rebelar-se. Tratava-se de uma pequena herança de maio de 68.
Ora, qual a causa desse marasmo?
O esvaziamento provocado pela mídia, talvez seja um dos principais contribuintes. Nos dias de hoje, não se preocupa mais com política, que virou coisa de gente doida. Em um país com mais da metade da população declarada analfabeta funcional, torna-se difícil funcionar alguma coisa.
Um projeto comum?
Qual seria o objetivo?
Que droga da obediência é essa que os jovens de hoje não sabem olhar o palmo que se encontra aos seus olhos? Resignados, em pleno estado de nilismo, sem consciência é claro! Vivem, ou melhor, sobrevivem de forma heterônima.
Mas, o que importa então? O imediatismo longe do Kayrós que tanto foi procurado. Deste modo, os herdeiros de maio de 68 nem existem mais, se existem estão nos recônditos de algum lugar que não os atinge. Enquanto os jovens de hoje, no Brasil, nem sabem o que foi maio de 68. Vivem na zona de conforto de suas pacatas vidas repletas de alienação espalhadas em facebooks, jornais, TV e etc.
Resignados, encontram-se e assim permanecerão. Distantes de tudo.
É a perda do espanto.