terça-feira, 28 de junho de 2011

“Razões do amor”

O que registro hoje de madrugada foi um apagar em uma imensa luz que se pôs em violentas pisadas vagarosas que conduziram aquela pergunta que não quis se calar. O que é o amor? Minha amada, sabendo que, a princípio não poderia dar-lhe uma resposta pronta e acabada, permaneceu em um profundo silêncio pensando que eu não a amava. No momento, a única resposta que tive a oferecer era. Amo porque te amo. Há explicações para amar? Muitos poetas mostram que no amor não há explicações. O que há então? Um sentimento tumultuado feito um tufão que desorganiza e ao mesmo tempo organiza. Certamente, estas contradições surgem aos que são tocados por ele se revelam como doce fardo. Porque então este coração que já não pede e nem apanha continua a teimar em ir a direção dele? Não há razão que explique, há apenas uma gama de contradições que me acompanha e quer ser acompanhada. Não há explicações para o amor, há apenas um profundo lançamento em direção a pessoa amada, independente do que for, mesmo que este lançar brote um sofrimento. Amo-te como um perdido, que de vez em quando tenta moderar os sentimentos, amo-te na contraditória fala repleta de tribulações, confusões de palavras e significados que me agitam. Pouco importa aos amantes os sentidos. Mesmo que este sentimento se desvele como um desejo repleto de lágrimas e tormentos, nunca cessaria esta voz que clama em dizer algo. Eu te amo! Gritaria aos ventos, pouco importa se alguém irá me ouvir, sairia correndo nas ruas feito um louco sem destino, não para provar, porque o amor não se prova, se sente e quando o sentimos, ficamos completamente tocados e embebidos por ele. Amo porque eu te amo! E porque será então que o amor se apresenta em nós como uma imensa possibilidade humana que nos faz mover mundos e montanhas em direção da pessoa amada? Por qual razão ele se explica? Haverá mesmo uma razão? E como esta bela dor de sentimento humano se revela como um dos maiores sofrimentos que uma pessoa pode ter? De fato, Romeu e Julieta, em termos de sofrimentos poderiam ajudar-me a responder, mas, os livros não explicam nada, não há razoes para o amor, se houvesse, escolheríamos milimetricamente a pessoa amada de acordo com nossos princípios morais, éticos, políticos, estéticos, e etc. Assim sendo, o amor, com alguns toques inquietos, por mais deplorável e doce que seja, mostra-se como sofrimento natural, contraditório e não suficiente para tanto.

Este doce copo de cólera, onde saudade, ausência e dor são constantes e se misturam, revelam-se como um dos maiores segredos peculiares que tantos tentaram decifrá-lo e acabaram por sofrer as conseqüências deste mistério.

O que fazer então?

Amar...