O gosto artístico do
brasileiro não é feito por ele mesmo e isto é um fato. As mídias em geral
impedem-nos de conhecermos a diversidade e a riqueza cultural que este país
tem. Ficamos a mercê daqueles que julgam e divulgam as novidades a serem
degustadas, com isso, o gosto torna-se padrão.
Basta olharmos ao nosso
redor e vermos o que está em voga: 50 tons de cinza, Funk, Michel Teló, Anita e
entre outros que se passam por aí...
Cabe-nos a perguntar: o
que acontece que desconhecemos completamente a diversidade cultural artística
do país?
É estranho, mas muitos
artistas que aqui são completamente ignorados, em outros países fazem imenso
sucesso. Ignoramos nosso produto e aceitamos o que vem de fora. Não se trata de
nacionalismo, nada disso. Se trata da ignorância que promovemos ao não conhecer
o que é produzido por aqui.
Sabemos que a indústria
cultural é responsável por promover o rebanho da cultura subjugada
Por este termos entendemos a formação de um grupo (que não é feita por ele
mesmo) cujo objetivo é a promoção do gosto que lhes foi inculcado para outros
grupos, criando um rebanho, uma cultura padrão, subjugada.
É estranho ver o que
acontece nos dias de hoje, com tanta mídia alternativa e a promoção daquilo que
não se vê e nem se ouve em rádio ou televisão. Só podemos concluir que a
eficiência destes aparelhos é extremamente poderosa.
A falta de diversidade
cultural entre nós faz isso: cria um rebanho subdesenvolvido e subjugado
cuja visão se estreita ao horizonte das costas um do outro, impedindo-nos de
expandir e buscar as variedades que rolam por aí. Com isso, permanecemos em um
estado de menoridade, do qual não se consegue buscar ou julgar qualquer coisa
por si mesmo, criando uma eterna heteronomia face ao gosto que criamos.
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