terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Senhor soberano
domingo, 13 de dezembro de 2009
Dinheiro, cuecas e afins.
A pergunta é mais do que batida e óbvia. Isto é sinal que este acontecimento já é tido como normal para alguns. Enquanto Arruda segue tranqüilo em seu governo, manifestações se espalham em algumas regiões de Brasília e o que acontece quando há amostras de alguns indignados com a situação vigente é justamente o revés do que deveria ser feito com aqueles que cometem crimes. Ou seja, os indignados que protestam contra a corrupção, e que segundo Arruda impedem o direito de ir e vir dos cidadãos, devem ser repreendidos. Como disse Arnaldo Jabor, a justiça além de ser cega é paralitica. Deve ser por isso que ocorrem com tanta freqüência estes acontecimentos.
Uma coisa é certa: se um destes políticos for assaltado, não diremos “mãos ao alto!” ao contrário, devemos dizer “abaixe as meias e as cuecas!”.
Talvez ali se encontre a origem da corrupção!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Os deveres e a poesia
A parti daí, o mundo surgiu doente e o espanto já não era surpresa.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Pensar?
A questão é que nesta mesma sociedade que proclama por pensamento e auto-reflexão, os determinantes da alienação são muitos e fazem com que a maioria da população mundial não tenha condições sequer para pensar por variadas razões: porque estão subnutridos para terem condições necessárias para pensar, porque vivem num cotidiano que lhes sufoca esta condição privilegiada, porque na sociedade do consumo, pensar é considerado um desperdício e finalmente, porque muitos acreditam que os meios de comunicação e as elites culturais pensam por nós tudo o que tem de pensar.
Devemos desconfiar daqueles que pensam por nós. Nesta sociedade que proclama auto-reflexão, há uma grande capacidade de refração da realidade, ou mesmo, da disponibilidade de pensamentos que destroem também milhares de vidas, bem como, sua qualidade e felicidade. Vivemos num mundo onde as pessoas trabalham demais e vivem constantemente esgotadas por excesso de trabalho. Ou seja, o tal do bem estar social que muitos falam por aí, nas grandes metrópoles é conquistado à base de fortes doses de medicalização. Não é a toa que temos presenciado um significativo aumento em antidepressivos e de demais remédios...
Por isso, devemos desconfiar daqueles que supostamente querem pensar por nós. Nos dias de hoje, o pensamento está estritamente atrelado a interesses, sejam minoritários, ou dos poderosos que avaliam a sociedade. Nestes pensamentos, há inúmeros que promovem o conformismo (a aceitação do que existe) o situacionismo (a celebração do que existe) e o cinismo (o conformismo com má consciência).
Por isso, é preciso agir e sentir porque o pensamento só é útil a quem não fica somente no pensar. Aqueles que se atribuem de pensar, passam a vida a conversar com mortos. A mesma morte que está dentro deles.
Este é o mundo contemporâneo: exige que pensemos, mas priva-nos das condições para pensar...
domingo, 18 de outubro de 2009
Trabalho
Esta lógica do capital possui efeitos devastadores nas pessoas, não é a toa que nos dias de hoje existe uma grande quantia de pessoas doentes por causa do trabalho. Tarefas exaustivas, compromissos a cumprir, vida regrada ao extremo, tudo isso, transformam as pessoas em seres entificados, coisificados, o que realmente demonstra a baixa qualidade de vida que os urbanos levam.
Bertrand Russel refletiu acerca do problema dizendo que “as pessoas trabalham demais hoje em dia” esta frase além de reveladora, traduz perfeitamente a condição do homem contemporâneo. Pois, a partir do momento em que o homem deixou de trabalhar para viver, e passou a condição contrária, houve uma queda exorbitante na capacidade criativa do indivíduo, que, nos dias de hoje é difícil ver alguém que faça realmente as coisas que goste e no tempo em que desejaria fazê-las.. Ou seja, o controle a partir do trabalho sobre o indivíduo aniquilou-o da possibilidade que ultrapassassem o mundo do trabalho, restringiu-o apenas a sobrevivência cotidiana. Neste sentido, a condição humana enfraqueceu-se devido aos tempos diários que os homens têm a cumprir.
Esta é a condição do homem contemporâneo. Sem tempo para viver.
Apenas para sobreviver.
Desta forma é que o Capital avança cada vez mais propondo sua lógica alienante nos indivíduos. As pessoas vivem para trabalhar, para poder realizar seus fetiches; contribuindo sumariamente para a expansão de mercados exploradores da vida humana.
Por sua vez, aqueles que trabalham, só merecem descanso após meses de jornadas exaustivas. Aqueles que não trabalham, são vistos como vagabundos. Esta é a sociedade dos dias de hoje, em que o trabalho tornou-se essência do homem.
[i] Marx, Karl. O Capital, livro I, A jornada de trabalho, p.247
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Conhecer
Assim, descubro que é melhor me aproximar com cuidado de certas coisas; aquela curiosidade de antigamente revela-se ponderada e não tão desesperada quanto estes lugares que muitos chamam de realidade de noticiários inspirado a terceira mão!
Realmente, o entendimento acerca destas supostas ilustrações me lembra o caso de um pastor que chutou a santa; essas coisas parecem ser uma aparente guinada de episódio que muitos querem falar. É uma obscenidade! Mitificação descarada que só põe um olhinho na experiência livresca e solitária das estantes e esquecem de por estes olhos apenas um pouquinho nos livrinhos, pra depois olhar com grande cuidado o livrão.
Este não é lembrado. Ao contrário, os que tentam, rapidamente são jogados na fogueira do esquecimento. Vira-se portanto, gênese da amnésia.
Só um desequilíbrio pra inverter essa ordem...
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Paisagens da mesmice
Este cotidiano de coisas que são feitas praticamente todos os dias, é o resultado de uma inalterabilidade desvairada, e sem sentido. Estas pessoas que ficam andando pra lá e pra cá em círculos que não se findam, não sabem o que fazer, quer dizer, sabem exatamente o que tem de ser feito; seus determinados trabalhos cotidianos.
O mais engaçado disso tudo é que estas paisagens cotidianas possuem três tempos: passado, presente e futuro, além de demonstrar a fragilidade de certos acontecimentos que se tornam obscuros a nossos olhos, não há entendimento claro acerca deles. Como é que um homem pode se tornar senhor de outro homem e por que espécie de incompreensível magia pôde esse homem se tornar senhor de muitos outros homens?[1]. Talvez, esta pergunta, ainda não respondida, ou não compreendida até os dias de hoje, se constitui na construção destas paisagens da mesmice. No entanto, estes caros senhores, senhoras, meninos e meninas que ainda não pararam pra pensar sobre o que acontece no domínio de suas vidas, estão completamente submergidos em um lama que os afoga; quiçá uma lanterna dos afogados os ajude a salvá-los! Só não pode haver demora neste resgate, caso o contrário, as coisas continuarão as mesmas. Pessoas enfurnadas em esquadros, tentando prestar atenção nos acontecimentos que não acontecem, em vidas que não vão a lugar algum, em caminhadas que não saem das mesmas, em cabeças que se tornaram latas de lixo completamente enfronhadas em lugares de difícil acesso, quem sabe seja o caso de intumescer pestilências sobre a cabeça, que, cobrindo os olhos do alvoroço que não se vê; muitas coisas ainda se tornam invisíveis aos olhos destes que tentam compreender o que não é compreensível a nós. Quem sabe seja falta de entendimento, ou não!
[1] Voltaire.
domingo, 4 de outubro de 2009
É proibido fumar!
As operadoras, Vivo, Tim, Oi e Claro, vão disparar torpedos de cunho educacional para todos os portadores de celular. Esta ação mostra apenas a vigilância e o controle social da vida mínima dos cidadãos sobre o que eles devem fazer!
Tal decisão, associada ao discurso científico e ao constrangimento moral dos cidadãos, efetuada por seus agentes dedos-duros, via a máquina repressiva do Estado, só leva-nos a uma conclusão: o comportamento nazi-fascista que se torna cada vez mais forte com suas leis rígidas.
Nunca é demais lembrar que esta decisão é semelhante ao governo nazista de Hitler, que combateu o tabagismo e baniu o fumo nos lugares públicos. Esta é a verdadeira face do governo que com o slogan “se você é fumante, respeite a lei. Respirar um ar mais saudável, agora, é um direito de todos" tenta convencer as pessoas com uma proibição extremamente arbitrária. Com esta lei, o Governador Serra avança cada vez mais para a criação de outras leis, tais como: plano anti-violência, que com o discurso de zelar pelos direitos individuais e segurança dos cidadãos, reprime-os com a vigilância constante da burocracia estatal.
Esta á apenas uma lei entre as várias outras, das quais o único objetivo é: a vigilância dos cidadãos...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Esquadros
Nesta mesma janela, onde olho esta chuva intensa, tento ver os dias em que vivi tranqüilamente pensando apenas na família distante, em outra cidade, em outro estado, e em outros movimentos. Será que a chuva que cai lá é a mesma que cai aqui? Quiçá essa chuva que percorra essas pequenas ruas que estão a olhar não seja de hora amena, que vem e se desfaz na piedade de paixão. Talvez fosse; agora que vejo com nitidez, meus olhos delatam a espera de uma nova oportunidade que fomenta salvar aqueles que passam fome e que vagueiam em pobres súplicas busca de perfeição. Que inutilidade! Uma prece que novamente se opõe à vida.
Este, é um movimento que alude, que só de pensar nestas coisas, é um desafio mesmo aqui passado nesta pequena janela que exprimem olhares sobre a insaturável vida que não tenciona sentir o que não quer se sentir. Apenas, quer entender esses pequenos movimentos simples que dão tom e cor a essas águas que caem tão levemente e se desfaz nos ralos que dão destino a caminhos cada vez mais concretos; de sentir o chão que se cai sobre nós em instantes efêmeros de vida que vem resilido como águas de chuva que caem como gotas de paixão: desordenadas, sem destino e que rompe com tudo que há de caminhar em busca do que ainda não se sabe; gotas que caem levemente dos ramos e que não possui destino certo, como o chão e a terra.
Este é apenas um interior repleto de coisas; a mais alta concretude que não se sabe: decerto, quem diz coisas sobre isso é o decreto do tempo, que resgata a infância da fazenda, é um belo desenho! como se fossem quadros desenhados pelo melhor pintor da cidade. Quando voltava a esse sentimento, sentia alta dor de paixão de ser e estar sendo naquele momento.
Infância que completa minha vida!
Não tinha noção alguma a fazer considerações acerca de nada disso, sobre isso, sei que possuía um grande pélago demasiado que refletia em momentos tão naturais de meu passar nesta fazenda tão querida.
Tão pequeno e tão infinito.
Como a chuva que escorre por estas janelas.
Ao olhar lentamente como o olho biônico que traz cada vez mais perto a longa visão, esta pequena janela da qual me encosto resgata o toque de viola feito no boteco da esquina é ouvir a viola tocar no ritmo gostoso da boiada junto a uma imensidão de gente, era uma experiência que não tinha palavra alguma que a definisse com tamanha precisão. Ouvir o som da viola, rústica, calma, quieta, chorosa e acima de tudo apaixonante, era um instante em que esses simples homens conseguiam tocar realmente a todos ali na roda. Ali, via segredos desnudarem-se sem o menor conforto e sentimentos que ficavam expostos a olhos nus. Como esquadros distantes.
Aqueles que conhecem as pessoas com quem se podiam presenciar aquele momento, não estão mais desfrutando os prazeres da mesa que invadia nosso interior repleto de coisas, mesas entoadas, pessoas conversando, toques e mais toques de viola, desenhados, sobretudo, pelo melhor artista da região; o homem simples da fazenda; o toque de viola feito por mãos enternecidas, rústicas e que acima de tudo eram bem executadas em seu ato de tocar humilde, refletia no mais doce e profundo sentimento dignos do orgulho da modéstia refletida como espelhos d’água nos olhos dessa gente simples.
O toque de viola, toque do coração humano, do sentimento daqueles que expressam o interior das coisas, é o momento de ficar consigo mesmo, uma dura solidão; batalha em busca dos causos não acontecidos e incididos do povo; esse olhar cheio de coisas que reflete na busca constante do que não temos tempo de viver novamente; é a paixão que nos estava destinada dentro desta esfera humilde nas coisas mais simples da vida; fato como esse, simplesmente é o esfacelar do dia a dia que vem e destrói como a chuva que cai cá neste instante como momentos espúrios; vão embora sem perceber a circunstância deles.
Esta pequena janela, é apenas um pequeno conversar, a ponto de esquecer-me no resgate de mim mesmo; que no desprezo de outras questões, prendiam na doçura de escapar de qualquer entendimento.
Feito o chão e a terra.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
João pequenino
domingo, 6 de setembro de 2009
Dissolveste-me
Seu corpo dissolveste-me brandamente no casto cálido de límpidos olhares, numa ternura pávida e excitante que aos poucos mantinha-me sublime; anoitecera devagar e sentia fielmente seu corpo escorrer levemente pro chão. Nesta altura, sem seguir regras, regava meu quintal com tudo que explicava-me, que obscenidade! Deixaste-me andar por todos os cantos, a ficar sobreposto aos teus movimentos; e em teus gestos. Aliás, já era tarde pra se conter, uma vez que penetrava intrinsecamente no profundo destas águas (...)
Que excitação sobre mim!
Nada de pachorra, pelo contrário, desfavorável ao que ligeiramente era indisposta, não queria que aquele chão, - onde caiu aquele fiozinho inocente, fosse virginal as pernas que se deslizavam docemente entre o que penetrava densamente naquelas águas escorridas, abriam-se tranqüilamente pr’os cantos; ai que pena de mim!
Loucura e lucidez em um só.
Delírio?!
Que absurdo!
Levemente, retiraste do chão, sobreposto a teus movimentos e teus gestos, era o momento de calar-se, uma vez que não sabia o que fazer naquela ocasião excessiva de cantos exagerados! Desvairada, desmedida, ensandecida, encontra-se pelos cantos d’água que molhavam novamente o voto secreto do devir...
Era hora de regar-se novamente nas águas.
Do disfarce que levemente era virgem, opunha-me as intimidades que lhe cobriam, queria-te despida deste desconforto vago que levianamente mantinha-me entre o desejo de ter e de me conter nestas águas que regavam-me densamente...
Que alegria!
Não era hora de se conter...
Por isso que ao notar-te ali no chão, sendo água, amor e terra, numa face conturbada e íntima; nada desterra (...) e aquela aflição causada que não desespera, retém, o que não é múltiplo, conturbado e imóvel; apenas, dissolve-me no olhar de indas e vindas que endez de calmaria, levara-me a amaria!
E assim ficou sendo...
Um sopro de vida.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo
um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo
De: Alice Ruiz
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Do que não se entende
Sente-se falta?
E ficou contido.
Num constante devir.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Nazista?
Ottmar Hörl, 59 anos, autor da obra disse que o gnomo dourado tem o caráter de crítica ao autoritarismo. Hörl disse estar bastante espantado porque um gnomo exposto provoque tamanha discussão pública, por causa de uma reclamação anônima de um denunciante.
Antes da denúncia ser feita por um dedo-duro, a obra de arte passou ilesa da discussão pública. Será que a representação estética desta obra de arte mostra-se autônoma? Em que medida esta obra de arte mostra-se totalmente desinteressada?
Será um juízo estético de finalidade sem fim?
Nazista?
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Senado, silêncio e Maranhão = Farra do Boi
Os acontecimentos são vários: nomeações secretas, funcionários pagos com dinheiro público e que executam atividades privadas,empresas integradas por funcionários e parentes de senadores. Este é o atual quadro do Senado Federal. Um mundão infindável de corrupção!
Só para se ter a idéia da baderna em que se encontra o Senado Federal,mas de 350 funcionários ganham acima de 24.500, 00 por mês, que é o teto do serviço público. Haja paciência pra tanto problema!
Diante desta farra do boi, cabe uma pergunta. Por que os partidos de “esquerda” silenciam-se? Afinal de contas, não são esses partidos que pregam uma palavra que tornou-se famosa na ordem pública, a tal da Ética, moral e um monte de palavras das quais na maior parte das vezes, o uso pé totalmente insignificante.
O fato é que além de fazer vistas grossas, nossos representantes lançam pífias palavras ao vento pra tentar abafar tudo o que acontece no Senado Federal.
Além destes mandos e desmandos no Senado,o presidente da casa, José Sarney é a figura que expressa perfeitamente a elite fazendeira e monárquica dos dias de hoje.
***
Recentemente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confirmou no dia 16 a cassação do mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT) referendando apenas a decisão feita no mês de março.
O TSE, além de negar os recursos apresentados pela defesa de Jackson Lago e de seu vice, determinou que o cargo fosse ocupado por Roseana Sarney. Sim, isso mesmo, filha de Sarney! Que fora segunda colocada nas eleições do Maranhão.
Roseana Sarney tomou posse no dia 27 em cerimônia na Assembléia Legislativa logo após ter renunciado o cargo de senadora. Em seu discurso, Roseana Sarney disse que o Maranhão: “irá retomar o caminho do desenvolvimento”.
Ora, tais acontecimentos apenas demonstram o poder da Família Sarney sobre o Estado do Maranhão e a manipulação político-oligárquica de ranço monárquico. Além do mais, está claro que o caminho do desenvolvimento que Roseana Sarney prega é o Estado de Exceção na vida nua, cujo controle não escapa das mãos desta família que há mais de quatro décadas tem mandado no Estado do Maranhão.
Enquanto no Maranhão as coisas vão bem, no Senado, o presidente Sarney tem apoio até do presidente. É a verdadeira vista grossa aos acontecimentos!
domingo, 24 de maio de 2009
Viço constante
Vai lá! Veja como está! Não pressenti que o momento de ver nada era apenas um restilo de instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão, com todo acontecido, almejava apenas uma coisa, queria apenas descansar e não pensar em mais nada, quiçá estivesse com preguiça, mas, no entanto, estava lá, aquele bicho repugnante, feroz, acoplado d’uma vez só nas estantes de casa, não queria anti-sentir aquela cena posta em mim, a todo instante diziam, vai lá! Pega lá aquele bicho e leva pro lixo seu sujo! Vai deixá-lo ali apodrecendo? Não entendia o que diziam, pensava que estas pessoas estavam delirando, pois não estava vendo nada! Mas a toda hora diziam, você tem que limpar este quintal, pois ele está muito sujo e não vai deixá-lo assim?! Vai? Claro que não, vou ver o que faço com este matagal, pois o vizinho não limpa e você precisa limpar essa sujeira toda, pode deixar, já sei o que vou fazer! Pois é a mesma sujeira que me invade todos os dias, dizia sem interrupção.
No outro dia, lá estava, tudo da mesma forma, a mesma matéria, intacta, interrupta, sem pressentimento e preocupações alheias que fundindo-me tão de repente em constantes locais antes nunca vistos, quer dizer, visto e não visto! não sabia o que era aquilo, acho que era apenas uma imagem suja que se imprimia de forma branda e tranqüila como as brincadeiras de criança, que tempo louco é esse? Não quero mais esse negócio de você longe de mim, acho que era o tempo, velho tempo, ele brincava comigo, me enganava, deixava-me atordoado, sem sentidos e sem reflexo, me fazia perder as vista, mas aquela imagem posta é demasiado efêmera, era um tempo só de esperas que invadia-me por inteiro, brando ouvir vivo como imaginários sem sentidos em pequenas e cálidas palavras que me despertava na gravidade d’um julgamento áspero; eu estou ficando louco com tanta sujeira! Não agüento mais essa sujidade! era puro corrosivo clamor que me abandonava na busca de máscaras incríveis em favor da mediocridade imunda que me levava a preâmbulos d’uma coisa descrente..
Que loucura é essa que fizestes?
Levar esta singela palavra pra dizer que o que se encontra ali é de responsabilidade minha, que devo preservar e ter o mínimo de cuidado com a sujeira que invade minha casa todos os dias é pura pachorra, é uma ingenuidade, aliás, é uma falta de entendimento mesmo com os que estão do lado de fora e que nada sabem e que exigem que eu limpe a casa, que absurdo!
Por isso, não quero preocupar-me com momentos efêmeros da vida, são tão raros quanto ao sabor distante que vem e contem lembranças infinitas de instantes transitórios.
Por isso que esqueço da sujeira que me cobram tanto.
É o velho e danado tempo que serve de desculpa para não limpar!
Por que hei de me preocupar?
Não tenho nada a ver com isso! Dele me desfaço!
Quiçá seja tempo, tempo de conhecer, ainda sem saber o que, o fato é que muito breve; estas inconstâncias giram feito roda viva, moinho que se quebrou num instante nas voltas que se deu entorno sabe-se lá do que! Era tempo de aprender sapequices, malandragens, para poder burlar as cobranças de mudanças que nem sei por onde se inicia.
Não estou preocupado com tantas coisas, preocupo-me com menos coisas. Dou-me por satisfeito!
Mas aconteceu tão de repente, lentamente invadiu a alma no tempo vazio e útil de destruir, esqueci dos instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão.
Voltei-me novamente a sujeira da casa que tanto reclamavam.
Mas que culpa tenho no cartório a respeito disso?
Não se sabe o que se sabe!
Ai que dó de mim!
Quando menos espero, novamente iniciam-se as cobranças a despeito do que já se sabe, não vai fazer o que não mandei! Fica aí o dia inteiro a esperar não sei o que e nada faz...acorda! cresce! Não quero esse negócio de você longe de mim. Entendido?!
Embaralhando-me em ruídos, confundindo as antenas que me levam claramente a entender os percalços das inconstâncias ásperas, é duro de entender os parcos acenos que delatam a gravidade dos sons embelecidos, uma versátil embriaguez que se espalha no verso dos códigos proibidos, pressentidos em pestilentas dores infinitas e que deixam cada vez mais sujas as coisas como estão: não há vontade de limpar essa argamassa que encobre toda esta vestimenta fecunda de vagidos que rebenta o mais inquieto rompendo-se com as sementes que são plantadas desde cedo, com isso cresce intermitente o aço que cobre as vestimentas impossíveis de se penetrar, era preciso transmitir a distância códigos proibidos, de modo que tudo fosse desligado, esquecido e limpo. Era hora novamente de renascer.
sábado, 11 de abril de 2009
Extra! Extra! Chico Lang: O reacionário!
Adriano quebrou o silêncio após seu sumiço de três noites e anunciou na quinta feira passada que parou de jogar futebol por tempo indeterminado.
Adriano alega que quer dar um tempo para retomar a vida, curtir a família e pensar no seu futuro profissional. O motivo que Adriano deu foi simples: disse estar infeliz na Itália, sem qualquer prazer de correr atrás da bola, (o que é um grande desperdício) além disso, pensou até em aposentar.
Depois de defender a seleção brasileira contra o Peru no ultimo dia 1° em Porto Alegre, Adriano não voltou ao clube Italiano, com quem tem contrato até 2010. Simplesmente sumiu e só foi localizado no último domingo depois de passar três noites na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu.
Após o acontecido Adriano disse “fiz isso por que não estava me sentindo bem, feliz na Inter. Não na Inter, em Milão”. Depois da confusa frase, explicou novamente, “estava sendo um pouquinho pressionado por todos. É difícil até de explicar. Muita gente não vai entender.Estou optando pela minha felicidade”.
Aos 27 anos o atacante Adriano vive entre altos e baixos. Não é necessário falar sobre o que aconteceu, todos sabem. Mas o fato é que Adriano está descontente de estar na Itália. Após o acontecimento, Adriano disse que nem quer receber salário da Inter enquanto estiver parado, “assumo se for multado e o que vier a acontecer comigo” disse o atacante. “Quero ficar ao lado de minha família, dos meus amigos, ir à minha comunidade descalço e ser feliz”.
Após estas declarações do Atacante, o Jornalista Chico Lang expôs seu ponto de vista no Jornal Gazeta Esportiva do dia 09 de Abril. Em tom extremamente reacionário, preconceituoso, e sem fundamento algum, Chico Lang disse que Adriano decidiu voltar a ser maloqueiro e resolveu trocar as glórias de Roma pela comunidade Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu. Até nisso Chico Lang mostra-se um ignorante. Como assim, pensar em glórias de Roma se o time não é de Roma? Só porque ele tem o apelido de Imperador? É muita falta de noção histórica! Creio que falta expor sua metáfora de maneira mais adequada. Mesmo assim não justifica o reacionarismo de sua fala. Ora, se o fato de Adriano voltar a sua comunidade, andar descalço, como é o seu desejo, e voltar a ser feliz é voltar a ser maloqueiro, então quer dizer que todos que vivem no local onde Adriano nasceu; são maloqueiros?!
E outra, onde fica a questão da felicidade? É uma questão de classe ou ascensão social? Isso significa que todos que moram na comunidade de Vila Cruzeiro são infelizes?
Esta é mídia que se tem no Brasil, dos que supostamente formam opinião das pessoas, com falas preconceituosas, enunciando o que deve ser melhor ao outro e além do mais, dizendo o que é bom e o que é ruim. Mas o que fica evidente na fala do Jornaleco é o reacionarismo ao desdenhar de Adriano, dizendo que este fez uma troca errada, ou seja, deixar as glórias de Roma pra viver na comunidade como maloqueiro.
Qual o fundamento de sua fala? Com que base afirma tal proposição?
Ora, o tema que fica presente diante de tais declarações são apenas palavras que beiram a propagação da limpeza social! É a pura opinião de um Jornalista reacionário!
domingo, 29 de março de 2009
Resignação: a perda do espanto
É neste sentido que a cada dia que se passa se torna mais forte algo que vejo na academia, a solidão teórica, esta, que por sua vez, como disse o Prof. Danilo, apenas escrevem-se livros que não servem pra nada. Estes só possuem uma utilidade. Ficar na estante.
Muitos destes livros solitários que pretensamente tentam salvar a educação, são nada mais nada menos que puras abstrações ou especulações demasiadamente distantes da realidade. É muito comum verificar este exercício na academia. Quanto mais se domina uma área de conhecimento, melhor é este teórico.
Mas o que estes fazem afinal de contas? Só repetem o que já foi dito!
É um diálogo entre mortos!
Mas o que isso tem a ver com a educação? Tudo, pois são estes acadêmicos que legitimam o status quo e ainda por cima querem ser radicais. Ora, academia não é lugar de pessoas radicais, ao contrário. Na história da filosofia temos inúmeros exemplos de pessoas que abandonaram a academia devido ao conservadorismo que esta mantém.
Creio que é aí que está um dos males da educação, o excesso de discurso que leva a pobreza das práticas, bem como a perda do sentido público da educação. Afinal de contas, o público é visto como ineficiente e incapaz de resolver o que os “cidadãos” precisam...
A sociedade Brasileira parece que se acostumou com a ineficiência do serviço público. Isso mesmo, pois um país que paga mais de 10 milhões de dólares pra levar o Coronel Marcos Pontes ao espaço, certamente não se preocupa com tais acontecimentos. É neste sentido que a educação mantém seus intelectuais inorgânicos da educação, discutindo e debatendo tais temas para uma educação docilizada e não viril...
É a partir destes inúmeros elementos que nossos horizontes se conjugam com a incerteza, desproteção, na qual o sujeito tem a sensação de que pouco pode fazer pra mudar o estado das coisas...
Se os cidadãos soubessem realmente o objetivo real destas coisas, (no caso aqui da Instituição escolar) certamente aboliriam seus preceitos...Bourdieu estava correto ao falar sobre a Amnésia de Genesis, que permite este tipo de legitimação que o sujeito desconhece.
É por isso que a disciplina industrial se converteu na escola por meio dos currículos que difundem o pensamento dominante e pouco faz pra mudar o estado de coisas.
Pobre educação em Estado de Exceção!
É a cultura da resignação onde nada mais é espantoso...
domingo, 15 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
Shine on crazy diamond
quinta-feira, 5 de março de 2009
Entre o Feijão e o sonho
É o velho feijão!
Orígenes Lessa chamou-me a atenção destes dois aspectos. Apesar de às vezes sentir-me como diz Aristófanes, “nas nuvens”.Orígenes Lessa deu um tapa em minha cara. É como se estivesse dormindo e alguém me acordasse e disseste: “acorda Zé Ninguém!”
Acho que foi isso que aconteceu. Acordei d’um sonho dogmático, caí no desespero, vi um mundo doente e algo cuja simplicidade Alberto Caeiro visse iria gostar.
Um feijão! Sim! Um feijão!
Alberto Caeiro gostaria só do feijão, nada mais do que Orígenes Lessa escreve.
É com este sentido que relutava-me em deixar brotar espontaneamente o que vive em mim. Mas levei uma rasteira e apenas coloquei os pés no chão.
E senti o pó da terra entre os dedos.
(...)
Encontrei-me perdido, desamparado e excluído de todas as possibilidades postas à mesa. Angustiado, não sabia o que fazer diante do que alertava-me sobre o feijão e o sonho.
De tanta raiva, perdi a noção.
Entre o feijão e o sonho.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Um selo...
Digressões... (um pouquinho de tudo,mas muito bom...)
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Arruinamos a língua de Camões!? Sim! E daí?!
O fato é que a língua portuguesa tem dois sistemas vigentes. Um no Brasil e o outro no colonizador Portugal, assim como nos demais países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor Leste).
Muitos ao ler este texto devem estar perguntado; mas por que dois sistemas?
Em ambos os países (Portugal e Brasil) o sistema vigente é amparado por dispositivos legais. No Brasil, José Luiz Fiorin conta-nos a grafia é regida pela lei 2.623 de 21 de outubro de 1955, que restabeleceu a vigência do acordo ortográfico de 12 de agosto de 1943, e pela lei 5.765 de 18 de dezembro de 1971. Esta situação se deve ao fato que logo após a “independência” do Brasil, os escritores diziam que além da independência política, era preciso estabelecer uma independência cultural.
Por isso, o Brasil não reconheceu a autoridade-colonizadora lingüística de Portugal. Foi um grande passo para se desvincular desse minúsculo país desimportante!
Não satisfeitos com a recusa dos Brasileiros, os Portugueses impuseram dificuldades na difusão do Português-Brasileiro a nível internacional. Só para se ter idéia, os documentos que tratam de proficiência em língua portuguesa de nosso país não são reconhecidos naquele minúsculo país totalmente desimportante na geopolítica global. Portugal impede a livre circulação de materiais impressos no Brasil nos países lusófonos e ainda exigem que os organismos internacionais publiquem todos os documentos segundo as normas vigentes por lá. É a verdadeira colonização política lingüística que nossos caros jornalistas não enxergam. E nem sequer o renomado escritor José Saramago escapa, pois estabelece que seus livros sejam publicados aqui no Brasil com o português de Portugal!
Retomo novamente, é preciso dizer que 90% dos falantes em língua portuguesa encontram-se no Brasil e não naquele país desimportante e minúsculo geograficamente que é Portugal. Isso sem contar àqueles países que estão sob as rédeas lingüísticas de Portugal.
É preciso acabar com isso urgente.
Mas afinal de contas, o que se pretende com este acordo?
Unificar a escrita e não língua.
Muitos em Portugal falam em recusar o acordo, pois este vem a eliminar a pureza da língua de Camões e que este representa a Brasilianização da ortografia. Não é a toa que adiaram o acordo em vigor definitivo!
Marcos Bagno, um dos poucos lingüistas que descem da torre de marfim da academia pra debater com os mortais do mundo do senso comum, diz que muita gente naquele minúsculo país teme que o Brasil assuma as rédeas da condução da língua portuguesa no mundo. Portanto, o debate acerca do acordo não é só isso. Trata-se de uma luta política em que os lusitanos teimam em manter a pureza de sua escrita. Adiando a vigência do acordo e pondo-se frente aos outros países falantes de Português como o país que mantém a posição soberana de língua padrão para os caros lusófonos da África e da Ásia.
Em seu belo artigo, Carlos Alberto Faraco demonstra a ignorância dos Portugueses dizendo que “num mundo em que várias línguas estão em extinção por terem poucos falantes e em que as “grandes” línguas lutam para garantir um equilíbrio frente à expansão do inglês, o português se vê apequenado por quem deveria ser nosso parceiro age como antagonista, tendo a diferença de ortografias como pretexto”.
Vemos aqui a burrice de um minúsculo país que teima em ser soberano com seu Português de Camões.
Mas não adianta retalhar-nos com o Português de Camões sendo a única grafia vigente em outros países. Aqui ninguém usa! Aos poucos vamos introduzindo nosso Português-Brasileiro!
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Os filósofos são homens doentes!
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
11 de Setembro: Entre a civilização e a Bárbarie
Para Bin Laden "O que os Estados Unidos estão provando hoje é muito pouco comparável com o que temos provado há dezenas de anos. Nossa nação vem sofrendo humilhação e desprezo há mais de 80 anos [...] Agora que, após 80 anos, a espada caiu sobre os Estados Unidos, a hipocrizia vai erguendo sua horrenda cabeça para lamentar a morte desses assassinos que perveteram o sangue, a honra e os lugares sagrados dos muçulmanos. O mínimo que se pode falar desse povo é que é moralmente depravado".
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Criança velha: achadouros
Que nossas infâncias sejam eternamente crianças-criancices, que nossas brincadeiras sejam cada vez mais bobas, tolas e inúteis, que a ciranda-cirandinha continue a cantar.
Como quem vai brincar na rua...