sábado, 12 de abril de 2008

Revolta Natural

“Yo no protesto por mi porque soi muy poca cosa, reclamo porque a la fosa van las penas del mendigo. A Dios pongo por testigo, que no me deje mentir,no me hace falta salir um metro fuera casa pa ver lo que aqui nos pasa y el dolor que es el vivir” (Violeta Parra)

A natureza mundial esteve em fúria. O tsunami, os furacões em New Orleans, os terremotos, os mortos e o desespero das crianças tornaram-se cenas freqüentes nessa revolta natural que propiciou uma desgraça incalculável para o desespero das mães e a impotência das autoridades face ao problema enfrentado.
Houve várias tentativas de explicar o acontecido, os religiosos disseram que tudo que aconteceu foram castigos de Deus pelos pecados cometidos pelos homens: homossexualismo, prostituição, abuso de drogas e etc.
Muito se pensou sobre essas revoltas, muitas rezas foram inúteis e a negligência de Bush frente aos furacões em New Orleans aumentou ainda mais a indignação dos oprimidos face ao acontecido. Para maior revolta daqueles que possuem o compromisso efetivo com os “condenados da terra” é lamentável ouvir o presidente norte americano declarar que obedece “as ordens que Cristo lhe dá em suas conversas matinais”. Quando os poderosos evocam o nome de Deus para justificar suas ações é certo que os oprimidos sofrerão. Não existe nada mais perigoso quando um opressor julga estar ao lado de Deus. E preferível estar ao lado daqueles que não acreditam em Deus; quem sabe, suas justificativas possam ser mais coerentes.
Seria melhor que Deus enviasse suas pragas aos que o invocam em nome da opressão e do terror: os presidentes, generais, fabricantes de armas e etc.
Atitudes como essas –, de usar Deus como projeção para suas justificativas, é estar lado a lado do neoconservadorismo que predomina em sociedades cada vez mais intolerantes que buscam ações defensivas sem nada mudar, para consevar o Status Quo.

São Paulo, fevereiro de 06

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