domingo, 24 de maio de 2009

Viço constante


Vai lá! Veja como está! Não pressenti que o momento de ver nada era apenas um restilo de instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão, com todo acontecido, almejava apenas uma coisa, queria apenas descansar e não pensar em mais nada, quiçá estivesse com preguiça, mas, no entanto, estava lá, aquele bicho repugnante, feroz, acoplado d’uma vez só nas estantes de casa, não queria anti-sentir aquela cena posta em mim, a todo instante diziam, vai lá! Pega lá aquele bicho e leva pro lixo seu sujo! Vai deixá-lo ali apodrecendo? Não entendia o que diziam, pensava que estas pessoas estavam delirando, pois não estava vendo nada! Mas a toda hora diziam, você tem que limpar este quintal, pois ele está muito sujo e não vai deixá-lo assim?! Vai? Claro que não, vou ver o que faço com este matagal, pois o vizinho não limpa e você precisa limpar essa sujeira toda, pode deixar, já sei o que vou fazer! Pois é a mesma sujeira que me invade todos os dias, dizia sem interrupção.
No outro dia, lá estava, tudo da mesma forma, a mesma matéria, intacta, interrupta, sem pressentimento e preocupações alheias que fundindo-me tão de repente em constantes locais antes nunca vistos, quer dizer, visto e não visto! não sabia o que era aquilo, acho que era apenas uma imagem suja que se imprimia de forma branda e tranqüila como as brincadeiras de criança, que tempo louco é esse? Não quero mais esse negócio de você longe de mim, acho que era o tempo, velho tempo, ele brincava comigo, me enganava, deixava-me atordoado, sem sentidos e sem reflexo, me fazia perder as vista, mas aquela imagem posta é demasiado efêmera, era um tempo só de esperas que invadia-me por inteiro, brando ouvir vivo como imaginários sem sentidos em pequenas e cálidas palavras que me despertava na gravidade d’um julgamento áspero; eu estou ficando louco com tanta sujeira! Não agüento mais essa sujidade! era puro corrosivo clamor que me abandonava na busca de máscaras incríveis em favor da mediocridade imunda que me levava a preâmbulos d’uma coisa descrente..
Que loucura é essa que fizestes?
Levar esta singela palavra pra dizer que o que se encontra ali é de responsabilidade minha, que devo preservar e ter o mínimo de cuidado com a sujeira que invade minha casa todos os dias é pura pachorra, é uma ingenuidade, aliás, é uma falta de entendimento mesmo com os que estão do lado de fora e que nada sabem e que exigem que eu limpe a casa, que absurdo!
Por isso, não quero preocupar-me com momentos efêmeros da vida, são tão raros quanto ao sabor distante que vem e contem lembranças infinitas de instantes transitórios.
Por isso que esqueço da sujeira que me cobram tanto.
É o velho e danado tempo que serve de desculpa para não limpar!
Por que hei de me preocupar?
Não tenho nada a ver com isso! Dele me desfaço!
Quiçá seja tempo, tempo de conhecer, ainda sem saber o que, o fato é que muito breve; estas inconstâncias giram feito roda viva, moinho que se quebrou num instante nas voltas que se deu entorno sabe-se lá do que! Era tempo de aprender sapequices, malandragens, para poder burlar as cobranças de mudanças que nem sei por onde se inicia.
Não estou preocupado com tantas coisas, preocupo-me com menos coisas. Dou-me por satisfeito!
Mas aconteceu tão de repente, lentamente invadiu a alma no tempo vazio e útil de destruir, esqueci dos instantes inexoráveis e intransponíveis de coisas largadas ao chão.
Voltei-me novamente a sujeira da casa que tanto reclamavam.
Mas que culpa tenho no cartório a respeito disso?
Não se sabe o que se sabe!
Ai que dó de mim!
Quando menos espero, novamente iniciam-se as cobranças a despeito do que já se sabe, não vai fazer o que não mandei! Fica aí o dia inteiro a esperar não sei o que e nada faz...acorda! cresce! Não quero esse negócio de você longe de mim. Entendido?!
Embaralhando-me em ruídos, confundindo as antenas que me levam claramente a entender os percalços das inconstâncias ásperas, é duro de entender os parcos acenos que delatam a gravidade dos sons embelecidos, uma versátil embriaguez que se espalha no verso dos códigos proibidos, pressentidos em pestilentas dores infinitas e que deixam cada vez mais sujas as coisas como estão: não há vontade de limpar essa argamassa que encobre toda esta vestimenta fecunda de vagidos que rebenta o mais inquieto rompendo-se com as sementes que são plantadas desde cedo, com isso cresce intermitente o aço que cobre as vestimentas impossíveis de se penetrar, era preciso transmitir a distância códigos proibidos, de modo que tudo fosse desligado, esquecido e limpo. Era hora novamente de renascer.

sábado, 11 de abril de 2009

Extra! Extra! Chico Lang: O reacionário!


Desta vez, o assunto é fruto de uma indignação!




Adriano, atacante da Internazionale de Milão decidiu parar por tempo indeterminado. Os motivos pelos quais o levou a tal decisão não parecem ser claros, mas o fato é que Adriano está descontente com a vida que leva no Inter de Milão. Basta ouvir suas últimas declarações acerca do assunto.
Adriano quebrou o silêncio após seu sumiço de três noites e anunciou na quinta feira passada que parou de jogar futebol por tempo indeterminado.
Adriano alega que quer dar um tempo para retomar a vida, curtir a família e pensar no seu futuro profissional. O motivo que Adriano deu foi simples: disse estar infeliz na Itália, sem qualquer prazer de correr atrás da bola, (o que é um grande desperdício) além disso, pensou até em aposentar.
Depois de defender a seleção brasileira contra o Peru no ultimo dia 1° em Porto Alegre, Adriano não voltou ao clube Italiano, com quem tem contrato até 2010. Simplesmente sumiu e só foi localizado no último domingo depois de passar três noites na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu.
Após o acontecido Adriano disse “fiz isso por que não estava me sentindo bem, feliz na Inter. Não na Inter, em Milão”. Depois da confusa frase, explicou novamente, “estava sendo um pouquinho pressionado por todos. É difícil até de explicar. Muita gente não vai entender.Estou optando pela minha felicidade”.
Aos 27 anos o atacante Adriano vive entre altos e baixos. Não é necessário falar sobre o que aconteceu, todos sabem. Mas o fato é que Adriano está descontente de estar na Itália. Após o acontecimento, Adriano disse que nem quer receber salário da Inter enquanto estiver parado, “assumo se for multado e o que vier a acontecer comigo” disse o atacante. “Quero ficar ao lado de minha família, dos meus amigos, ir à minha comunidade descalço e ser feliz”.
Após estas declarações do Atacante, o Jornalista Chico Lang expôs seu ponto de vista no Jornal Gazeta Esportiva do dia 09 de Abril. Em tom extremamente reacionário, preconceituoso, e sem fundamento algum, Chico Lang disse que Adriano decidiu voltar a ser maloqueiro e resolveu trocar as glórias de Roma pela comunidade Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, Zona Norte da cidade, local onde nasceu. Até nisso Chico Lang mostra-se um ignorante. Como assim, pensar em glórias de Roma se o time não é de Roma? Só porque ele tem o apelido de Imperador? É muita falta de noção histórica! Creio que falta expor sua metáfora de maneira mais adequada. Mesmo assim não justifica o reacionarismo de sua fala. Ora, se o fato de Adriano voltar a sua comunidade, andar descalço, como é o seu desejo, e voltar a ser feliz é voltar a ser maloqueiro, então quer dizer que todos que vivem no local onde Adriano nasceu; são maloqueiros?!
E outra, onde fica a questão da felicidade? É uma questão de classe ou ascensão social? Isso significa que todos que moram na comunidade de Vila Cruzeiro são infelizes?
Esta é mídia que se tem no Brasil, dos que supostamente formam opinião das pessoas, com falas preconceituosas, enunciando o que deve ser melhor ao outro e além do mais, dizendo o que é bom e o que é ruim. Mas o que fica evidente na fala do Jornaleco é o reacionarismo ao desdenhar de Adriano, dizendo que este fez uma troca errada, ou seja, deixar as glórias de Roma pra viver na comunidade como maloqueiro.
Qual o fundamento de sua fala? Com que base afirma tal proposição?
Ora, o tema que fica presente diante de tais declarações são apenas palavras que beiram a propagação da limpeza social! É a pura opinião de um Jornalista reacionário!

domingo, 29 de março de 2009

Resignação: a perda do espanto


É muito comum ouvir no Brasil que a educação está em crise e que algo precisa ser mudado. Mas, se analisarmos profundamente o problema, verá que há muita gente que há muita gente que se alimenta da crise, tal como professou Marx em O Capital , “o capital é trabalho morto que, como vampiro, somente vive sugando trabalho vivo, e vive mais quanto mais trabalho suga”.Ou seja, é a verdadeira exploração daqueles que se beneficiam com a crise.
É neste sentido que a cada dia que se passa se torna mais forte algo que vejo na academia, a solidão teórica, esta, que por sua vez, como disse o Prof. Danilo, apenas escrevem-se livros que não servem pra nada. Estes só possuem uma utilidade. Ficar na estante.
Muitos destes livros solitários que pretensamente tentam salvar a educação, são nada mais nada menos que puras abstrações ou especulações demasiadamente distantes da realidade. É muito comum verificar este exercício na academia. Quanto mais se domina uma área de conhecimento, melhor é este teórico.
Mas o que estes fazem afinal de contas? Só repetem o que já foi dito!
É um diálogo entre mortos!
Mas o que isso tem a ver com a educação? Tudo, pois são estes acadêmicos que legitimam o status quo e ainda por cima querem ser radicais. Ora, academia não é lugar de pessoas radicais, ao contrário. Na história da filosofia temos inúmeros exemplos de pessoas que abandonaram a academia devido ao conservadorismo que esta mantém.
Creio que é aí que está um dos males da educação, o excesso de discurso que leva a pobreza das práticas, bem como a perda do sentido público da educação. Afinal de contas, o público é visto como ineficiente e incapaz de resolver o que os “cidadãos” precisam...
A sociedade Brasileira parece que se acostumou com a ineficiência do serviço público. Isso mesmo, pois um país que paga mais de 10 milhões de dólares pra levar o Coronel Marcos Pontes ao espaço, certamente não se preocupa com tais acontecimentos. É neste sentido que a educação mantém seus intelectuais inorgânicos da educação, discutindo e debatendo tais temas para uma educação docilizada e não viril...
É a partir destes inúmeros elementos que nossos horizontes se conjugam com a incerteza, desproteção, na qual o sujeito tem a sensação de que pouco pode fazer pra mudar o estado das coisas...
Se os cidadãos soubessem realmente o objetivo real destas coisas, (no caso aqui da Instituição escolar) certamente aboliriam seus preceitos...Bourdieu estava correto ao falar sobre a Amnésia de Genesis, que permite este tipo de legitimação que o sujeito desconhece.
É por isso que a disciplina industrial se converteu na escola por meio dos currículos que difundem o pensamento dominante e pouco faz pra mudar o estado de coisas.
Pobre educação em Estado de Exceção!
É a cultura da resignação onde nada mais é espantoso...

domingo, 15 de março de 2009

sábado, 14 de março de 2009

Shine on crazy diamond




“Você foi apanhado no cruzamento entre a infância e o estrelato” (Pink Floyd)


Ele foi uma estrela de passagem efêmera, de sintomas que se encontram nos mais loucos, pirados e esquisitos que o admiravam por sua música psicodélica que abria galáxias durante plays backs para uma viagem bem distante, quiçá, sem fim.Esse foi Syd Barret, nascido no dia 6 de janeiro de 1946, vindo a falecer em Cambridger -, cidade da qual passara sua infância.Talvez quem o visse nos últimos tempos não o reconheceria, pois Syd vivia alienado em sua casa assistindo tv, o que não lembrava nem de longe aquele velho Syd Barret no início do Pynk Floyd. Ainda que seu brilho esteja apagado, muitos são os que apreciam sua música; a lista é enorme: Blur, Magic Numbers, Beck, Moby, Flaming Lips, e o brasileiro Arnaldo Batista dos Mutantes. Syd Barret fez apenas um disco com o Pink Floyd, mas esse disco de estréia guarda grandes influências para os que se deliciam com sua música e que a usam como poderio musical fundante.Há uma história interessante a mencionar sobre Syd Barret. Dizem que o cantor e guitarrista tocava com os demais membros da banda executando apenas um acorde, pois vivia louco de droga nos palcos, isso irritava a todos; mas não há certeza sobre essas histórias.O que impressiona é a rapidez com que esse homem surgiu e desapareceu de cena. Guarda-se ainda o brilho de seu talento que possui efeitos determinantes em excelentes músicas que nos faz desvincular desse mundo sem juízo. Apesar de sua atitude (da qual não é possível fazer um pré-juízo de valor), guarda-se no intrínseco de sua criatividade a duração que se tem de suas idéias. Ao lembrar de Syd Barret, resgato um exemplo exímio que é cabível no momento; certa vez uma amiga me enviou num pequeno papel uma frase que guardara meu livro, ela nada disse e me entregou o livro, ao abri-lo, deparei-me com esse pequeno pedaço de papel que trazia a seguinte frase “o importante não é o tempo das coisas, mas é a duração e a intensidade que temos delas”. Essa frase encaixa-se perfeitamente em Syd Barret; pois a intensidade de suas idéias são tão fortes nos que o apreciam, que seus momentos ditos efêmeros são tão duradouros que guardam uma intensidade, um sentir, “aquilo que nos move” e “aquilo que nos passa” como momentos de experiência. O diamante louco deixou de brilhar, mas sua existência foi realizada no ato de acolher belas lembranças deste que foi apanhado no cruzamento entre a infância e o estrelato.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Entre o Feijão e o sonho


Tinha sentido inúmeras vezes a necessidade de sobrevivência em luta com a tal “realização pessoal”. Todo mundo falava disso, era necessário ter competência para garantir qualquer coisa na vida, que parece às vezes abafada por algo que não sabia dizer o que é. Neste sentido, transfigurava-se entre o universo sensível e as necessidades do cotidiano.
É o velho feijão!
Orígenes Lessa chamou-me a atenção destes dois aspectos. Apesar de às vezes sentir-me como diz Aristófanes, “nas nuvens”.Orígenes Lessa deu um tapa em minha cara. É como se estivesse dormindo e alguém me acordasse e disseste: “acorda Zé Ninguém!”
Acho que foi isso que aconteceu. Acordei d’um sonho dogmático, caí no desespero, vi um mundo doente e algo cuja simplicidade Alberto Caeiro visse iria gostar.
Um feijão! Sim! Um feijão!
Alberto Caeiro gostaria só do feijão, nada mais do que Orígenes Lessa escreve.
É com este sentido que relutava-me em deixar brotar espontaneamente o que vive em mim. Mas levei uma rasteira e apenas coloquei os pés no chão.
E senti o pó da terra entre os dedos.
(...)
Encontrei-me perdido, desamparado e excluído de todas as possibilidades postas à mesa. Angustiado, não sabia o que fazer diante do que alertava-me sobre o feijão e o sonho.
De tanta raiva, perdi a noção.
Entre o feijão e o sonho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um selo...




Marcos, que possui um belo blog chamado, Filosofia Menor e que gosto bastante de ler pela difusão do conhecimento que este faz, me ofereceu o selo aí em cima. Fico muito grato e de minha parte, ofereço aos blogs legais que indico abaixo.


http://williamdubal.blogspot.com/ (Razão militante!!!)
Digressões... (um pouquinho de tudo,mas muito bom...)
Pub 66 (pura controvérsia, irônico e bom!)
http://lalanopolis.blogspot.com/ (irônico,muito irônico!)