Neste bate boca político entre o ex-José Serra, que agora é chamado de Zé, que, aliás, de Zé não tem nada, é apenas uma apelação aos mais pobres e oprimidos para angariar mais votos, Dona Dilma, também se finge de Santa ao debater questões pra lá de retrogradas e moralistas.
O que este debate tem em comum? Ora, é evidente: a falta de informações!
Temos claramente dois projetos de Brasil, um que é evidentemente aliado ao governo FHC, e outro, que é continuidade de Lula, no entanto, o que prevalece nestas eleições é um falso moralismo burguês que beira o discurso conservador, o que faz lembrar algumas regiões dos Estados Unidos, onde a invasão da Igreja traria uma suposta ética para política e por fim, a volta dos bons costumes.
Sabemos que de longe a ética não está na política, Maquiavel demonstrou na obra O Príncipe, aliás, quão difícil é determinar o que é Ética! Se perguntarmos a qualquer parlamentar do conselho de ética o que eles entendem por esta palavra, cada um trará uma definição, o que demonstra no mínimo uma burrice, e a ofuscalidade de discursos.
O que resulta desta bate boca eleitoral?
O voto da desinformação.
Ao colocar-se do lado de supostos Santos Moralistas Do Pau Oco que defendem os valores da família, governo de união, e mais trololós e trololós carregados de esvaziamento e espetáculo, Dilma e Serra vão as “paróquias” conversar com a alta cúpula da CNBB, e com pastores, pedir a benção a estes que “compartilham” a política da moral e dos bons costumes. Tais eventos transformaram questões cernes dos rumos do Brasil em espetáculos e deixaram de lado o debate e o diálogo, para entrar o jogo de réplica entre Humilhados e Ofendidos.
O que vemos é um verdadeiro jogo de desinformação, recheado de humanismo e que sem dúvida, mais confundem do que esclarecem. Essas campanhas pela moral e ética na política são comparáveis às campanhas assistencialistas recheada de direitos humanos; estas, apenas criam a ilusão de que uma sociedade embasada na produção e extração de mais-valia não seja estruturalmente imoral, antiética, violenta e anti-humanista[1]. Neste sentido, os bovaristas de plantão acabam votando em direitos supostamente universais, cujo contrato moral burguês é a satisfação animal de interesses e desejos privados, uma espécie de Robson Crusoé.
[1] Hector Benoit, Do amoralismo universal ao privado. Dossiê: Marxismo, ética e política revolucionária.