“Quando a gente olha para
as coisas grandes, situação política, o aquecimento global, a pobreza do mundo,
tudo parece mesmo horrível, nada está melhorando, não há nada de bom para
esperar . Mas então eu penso nas coisas pequenas...sabe como é, uma garota que
acabei de conhecer, ou essa música que a gente vai tocar com o Chas, ou brincar
na prancha de esquiar na neve, no mês que vem, e ai parece ótimo. Então meu
lema será este: pense nas coisas pequenas. (Ian McEwan. Saturdy)
Cada vez mais os
brasileiros se interessam menos por política. Desde o início da república, a
grande parte assiste a distância os processos políticos regados a grandes doses
de corrupção. No Brasil, a atividade política se tornou um verdadeiro show de
Stand-up comedy. Aleinados e desinteressados, todos são vitimas de um longo
processo que os faz ficar a margem da construção da historia da política
brasileira. Este apolitismo é internalizado e muitas vezes acredita-se ser a
postura mais correta diante de tanta corrupção.
A grande
descrença e a falta de um horizonte se da na medida em que suas relações com as
instituições políticas são praticamente nulas. Principalmente com relação aos
candidatos que de quatro em quatro anos iniciam o ciclo vicioso de promessas do
paraíso terrestre.
Este verdadeiro
show político, onde a utopia foi esfacelada, acertou em cheio a pobre
mentalidade brasileira. Deturpadas, as pessoas entendem (em sua maior parte)
que a atividade política é um verdadeiro escândalo aos olhos dos que crêem em
alguma coisa neste país.
Mas, como
conciliar a apatia deste povo, o individualismo que assola a sociedade
contemporânea?
Uma coisa é
certa. O individualismo encontra-se enraizado em dois pólos. Primeiro está nos representantes parlamentares, que como
figuras publicas representam apenas seus próprios anseios, esquecendo o bem
comum a população.. Segundo, o próprio povo, que com sua apatia, pensa apenas
em suas vidas pacatas, achando que a política é uma causa perdida.
Sendo assim, o
Brasil seria um país de idiotas?
Ao acreditar que
o mais correto seria ficar distante de todo esse processo, o brasileiro assume
a postura de preocupar-se apenas consigo. Neste sentido, a palavra idiota
parece que cai como uma luva nas mãos do brasileiro. Na Grécia antiga, idiota
(idiotes) é aquele que se preocupa com sua própria vida, em assuntos
particulares. Neste sentido, a resposta a pergunta parece ser sim, na medida em
que a população brasileira mostra-se mais preocupada em encher a geladeira do
que participar ativamente dos eventos políticos.
Só um desvio
para reverter esta ordem!