É proibido proibir!
Desconfio
daqueles deputados que em nome dos cidadãos inventam leis estranhas sob a
justificativa de fazer o bem para a sociedade. Existe muito parlamentar por aí querendo
proibir o chope nas calçadas, o quentão nas quermesses, a cerveja nos camarotes
de carnaval, o vinho nas festas de nossa senhora queropita, a caipirinha nas
praias e o champanhe comemorativo da formula 1...
Estamos
caminhando cada vez mais para uma sociedade purista e careta.
De vez em quando
somos ameaçados por projetos leis destes nobres parlamentares que não
acrescentam em nada na vida dos cidadãos. Qual seria a justificativa para
tantas leis proibitivas? Será mesmo esta a alternativa, proibir?
O fato destes
senhores de leis proibirem tanta coisa evidencia cada vez mais um fato, o
pânico do debate público destes ofendidos que visam tomar conta do pensamento
público, esmagando e passando por cima de tudo que não concordam. Ora, colocar
em xeque a liberdade do cidadão baseados em leis proibitivas não adiantam nada,
de uma forma ou outra, estes leis serão burlardas e as pessoas vão continuar
fazendo seus atos, sejam proibidos ou não.
O problema disso
tudo é o medo que estes puritanos têm da afirmação da vida para além do bem e
do mal. Morrem de medo de Eros e tentam se esconder em um asylum ignorantiae inundado
pelo pânico da hostilidade primitiva do mundo.
A realidade para
estes senhores conservadores de leis é insuportável e a verdade apresentada nua
e crua é uma ferida que os agride o âmago de seus seres. Quando tais medidas
são propostas, basta verificar o horror contido no discurso, e olha que estamos
escrevendo apenas alguns projetos, deixando de fora, por exemplo, a proibição
do uso de estrangeirismos proposta por certo bigodudo gaúcho.
O espírito desta
classe que nos “representa” não passa de puro ressentimento, por isso, estes
puritanos da ordem temem qualquer abalo em seu mundo do bem. É neste sentido
que leis são criadas, trazer benefícios para aqueles que compactuam com esta
visão de mundo estreita e ameaçadora. Esta bancada que se define pela moral dos
bons costumes e do bem, assumem ares de moral extremamente ameaçadores, por
isso, escondem-se em miúdos projetos que nada dizem.
Nobres
parlamentares, ao invés de preocupar-se com estes projetos inúteis, que tal
elaborar uma lei que proíbe a corrupção?
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