sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A ignorância de Pondé.

Existem alguns filósofos que querem ser Nietzschianos sem saber como. Criam polêmicas ocas em com pequenos artigos em um jornal pra lá de conservador que restringe até o pensamento de quem o escreve. Em um tempo dominado por esvaziamentos políticos em geral, estes filósofos surgem como a nova onda do momento, escrevendo num jornaleco metido a leitores cults que não sabem de nada! Sem um mínimo de responsabilidade, atacam à direita, à esquerda e todos que aqueles que tentam lutar contra a ordem vigente, posando de radical livre. Mal sabem estes que estão mais presos a ordem das coisas que aqueles ingênuos que criticam tanto. Ah, esses radicais livres que andam na contramão de tudo! Seus comentários repletos de desdém parecem uma espécie de luta contra todos e contra ninguém.

Na maior parte, todos argumentos e críticas destes filósofos são colocados no mesmo saco: o discurso entre o falso e o oposto, demonstra uma má-fé tão conservadora quanto aos jornais que escreve.

Não se pode levar a sério quem faz isso.

Considere o exemplo:

Um homem começou a colocar documentos em seu site, o famoso Wikileaks. Não são simples documentos, ao contrário, alguns denunciam a postura dos Estados Unidos diante do mundo. Pondé escreve na Folha de São Paulo que Assange é um terrorista e o que ele faz nada mais é que uma piada. Além disso, o filósofo diz que a diplomacia brasileira se comporta como estudante comunista. Ora, um sujeito que faz este tipo de comentário, relativizando tudo, não se pode levar a sério.

Pondé pode ter razão somente em um ponto, quando se refere ao dono da Wikileaks como brincalhão de justiceiro. Já que há séculos atrás Montaigne escreveu a celebre frase “mais vale uma cabeça bem feita do que uma cabeça bem cheia”.Pois é impossível acompanhar a imensa quantidade de documentos colocados quase que diariamente. Às vezes, perde-se numa imensidão de arquivos que não levam a lugar nenhum.

Eis o ponto. Assange mistura fofocas diplomáticas com documentos pra lá de comprometedores, no entanto, para o ilustríssimo filósofo Pondé, tudo isso é uma grande besteira que não passa de uma brincadeira de coração de estudante.

Eis a estupidez conservadora que posa de radical livre como colunista da Folha de São Paulo.

Mesmo que a ação de Assange seja fruto de coração de estudante, não podemos ignorar e dizer que tudo isso é uma piada.

Não podemos encarar a postura metida a trágica de Pondé como normal. Seu humor é estranho. Quase impossível de entender...

4 comentários:

dilita disse...

kybessesSó "duas palavras" para lhe desejar Boas Festas neste Natal e Ano Novo.Que o 2011 venha repleto de ventura para o Marco,e para todo o ser humano:a felicidade alheia também nos toca,gostamos, ganhamos sempre.
Um abraço para si,extensivo aos seus entes queridos.
Da Dília Maria em Portugal.

dilita disse...

kybesses não é nada,pelo menos que eu saiba.Foi um erro,desculpe.E não sei se não me vai acontecer de novo...

Gentil Martins dos Santos disse...

Não esqueça que o "nobre" Pondé é um fiel seguidor do pensamento Peter Sloterdijk, ou melhor, de sua forma... pois não vivemos apenas num época de declarada "falência do humanismo", como já anunciará Nietszche e Heidegger e outros. O assombro aqui é, não o bastante e a sabida morte do sujeito, sua animalidade e ainda domesticado, a loucura fascista, como notou Habermas, o elogio a suposta "qualidades da espécie" - os homens superiores de Nietzsche - a valorização da tecnologia antropológica, uma antropotécnica (termos dele). Note, caro Marcos, o paradoxicialidade (siii!) ao pensar a "espécie humana" nestes proprios termos, ou seja, do genero e adjetivo, quando da seleção, que sabemos no que deu e no que vai dar.

Minha conclusão sobre Pondé caminha para a constatação do fascismo intrinseco ao nietzschianismo que ele faz elogio.

Bom trabvalho, meu caro!

Gentil

Unknown disse...

Legal Gentil,

Muito esclarecedora sua resposta.
Me parece que a morte do sujeito esta evidente e mais forte na producao filosofica contemporanea.
Sei que Ponde caminha para a constatação do fascismo intrinseco ao nietzschianismo, que ele faz elogio.
Mas nao o deixa de ter ares conservadores...

abc