Marina
Silva iniciou sua carreira no PT, ganhou notoriedade, prestígio internacional,
mas abandonou o barco devido a divergências políticas.
Buscou
novos rumos, propôs alternativas e foi parar no PV, um partido completamente
disperso e que se assemelha a um PMDB, cujo pragmatismo político é voraz na
busca pelo poder. Depois do PV foi para o PSB, e criou sua sigla, A REDE. Ainda
dentro do PSB, encontrou um Partido Socialista Brasileiro, que anda fazendo
alianças com partidos da social democracia, como PSDB.
A
esquerda de Marina e PSB não existem mais. Cedeu lugar para o jogo das velhas
raposas da política brasileira.
Ora,
Marina Silva se auto intitulou como a terceira via, capaz de superar a
polaridade criada entre PT e PSDB que vem há anos disputando o poder. Porém,
Marina não percebeu que sua terceira via fracassou, deu lugar a alianças que
antigamente não fazia de jeito nenhum, mas hoje faz, e está apoiando neste
segundo turno Aécio Neves.
Marina
Silva, A REDE, e PSB, são personagens que representam a pura contradição. Um
partido que se diz de esquerda e socialista, e apoia Aécio Neves, que
representa a direita brasileira. E é esta a política contemporânea, vazia de
ideologia e repleta de conchavos e acordos em busca pelo poder.
Cabe
lembrar que após se debandar para o PSB, Marina levou consigo seu grupo que não
conseguiu a criação de um partido político, A REDE, que é semelhante ao PMDB,
com pessoas das mais diversas tendências políticas dentro de um partido. O problema
de se adotar um partido desta forma é justamente na hora de se fazer acordos. E
Marina está penando no segundo turno com tais questões.
Maior
parte do PSB apoia Aécio, Marina também, mas uma parcela de membros do PSB
querem que este partido seja realmente de esquerda e que não se aproxime de um
discurso social democrata, como vem acontecendo nos últimos anos. Mas o que
isso tem a ver com Marina?
Como
muitos membros querem que o PSB seja um partido realmente de esquerda, estes
entendem que Marina não é uma representante de esquerda, ao contrário. A cada
eleição adota posturas diferentes e se este grupo que deseja ver o PSB como um
partido de esquerda, certamente Marina não terá espaço e terá de agilizar a
legalização da REDE.
Talvez
aí esteja a chave para o povo não ver em Marina
uma consistente candidata capaz de superar a dicotomia provocada entre PT e PSDB.
Estas
mudanças constantes foram vistas pelo grande público. Adotou conselhos de Silas
Malafaia, que é um reacionário de primeira linha, mudou de posições constantemente
e não passou firmeza em seus discursos. Realmente, não se apresentou como uma
candidata capaz de se ver como uma terceira via.
Como
se vê, a prática política de Marina não se mostrou em nada de diferente dos
demais candidatos. Não houve uma tentativa de superação capaz de se apresentar
como um projeto político novo para os brasileiros.
No
geral, Marina tentou, mas não foi capaz de mostrar realmente o que pensa.
Ficou
na mesma dos outros. Sem novidades. Do contrário.
Perpetuou
ainda mais a velha política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário