terça-feira, 14 de outubro de 2014

MARINA SILVA: UMA TERCEIRA VIA?

Marina Silva iniciou sua carreira no PT, ganhou notoriedade, prestígio internacional, mas abandonou o barco devido a divergências políticas.
Buscou novos rumos, propôs alternativas e foi parar no PV, um partido completamente disperso e que se assemelha a um PMDB, cujo pragmatismo político é voraz na busca pelo poder. Depois do PV foi para o PSB, e criou sua sigla, A REDE. Ainda dentro do PSB, encontrou um Partido Socialista Brasileiro, que anda fazendo alianças com partidos da social democracia, como PSDB.
A esquerda de Marina e PSB não existem mais. Cedeu lugar para o jogo das velhas raposas da política brasileira.
Ora, Marina Silva se auto intitulou como a terceira via, capaz de superar a polaridade criada entre PT e PSDB que vem há anos disputando o poder. Porém, Marina não percebeu que sua terceira via fracassou, deu lugar a alianças que antigamente não fazia de jeito nenhum, mas hoje faz, e está apoiando neste segundo turno Aécio Neves.
Marina Silva, A REDE, e PSB, são personagens que representam a pura contradição. Um partido que se diz de esquerda e socialista, e apoia Aécio Neves, que representa a direita brasileira. E é esta a política contemporânea, vazia de ideologia e repleta de conchavos e acordos em busca pelo poder.
Cabe lembrar que após se debandar para o PSB, Marina levou consigo seu grupo que não conseguiu a criação de um partido político, A REDE, que é semelhante ao PMDB, com pessoas das mais diversas tendências políticas dentro de um partido. O problema de se adotar um partido desta forma é justamente na hora de se fazer acordos. E Marina está penando no segundo turno com tais questões.
Maior parte do PSB apoia Aécio, Marina também, mas uma parcela de membros do PSB querem que este partido seja realmente de esquerda e que não se aproxime de um discurso social democrata, como vem acontecendo nos últimos anos. Mas o que isso tem a ver com Marina?
Como muitos membros querem que o PSB seja um partido realmente de esquerda, estes entendem que Marina não é uma representante de esquerda, ao contrário. A cada eleição adota posturas diferentes e se este grupo que deseja ver o PSB como um partido de esquerda, certamente Marina não terá espaço e terá de agilizar a legalização da REDE.
Talvez aí esteja a chave para o povo não ver em Marina  uma consistente candidata capaz de superar  a dicotomia provocada entre PT e PSDB.
Estas mudanças constantes foram vistas pelo grande público. Adotou conselhos de Silas Malafaia, que é um reacionário de primeira linha, mudou de posições constantemente e não passou firmeza em seus discursos. Realmente, não se apresentou como uma candidata capaz de se ver como uma terceira via.
Como se vê, a prática política de Marina não se mostrou em nada de diferente dos demais candidatos. Não houve uma tentativa de superação capaz de se apresentar como um projeto político novo para os brasileiros.
No geral, Marina tentou, mas não foi capaz de mostrar realmente o que pensa.
Ficou na mesma dos outros. Sem novidades. Do contrário.

Perpetuou ainda mais a velha política. 

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